REPRESENTAÇÕES ALUSIVAS À SEGUNDA GUERRA MUNDIAL PRESENTE NOS MANGÁS E ANIMES, por Francisco Kelvin Moreira de Sousa e Jakson dos Santos Ribeiro

O presente texto busca apresentar produções japonesas que apresentam durante seu desenvolvimento o uso de símbolos que remetem a primeira metade do século XX, tendo muita das vezes o uso errado devido ao passado atrelado a eles.  Nesse sentido, o texto reflete sobre o uso passado desses símbolos e explica a carga negativa que eles carregam e como os animes podem influenciar na propagação das idéias que sustentam o uso dessas simbologias. A base teórica, desse trabalho se estabelece a partir dos autores Kenneth Henshall, Tatsuo Kawai e Edward Russel. Para o desenvolvimento da pesquisa, foram utilizadas as obras dos autores já citados, além de pesquisas em sites e acervos digitais.

 

Os resquícios de simbologias que remetem à Segunda Guerra Mundial ainda estão presentes, mesmo que de forma sutil e maquiada, nos tempos atuais. Diversas são as formas de utilizar o fascismo midiático, onde nota-se sua frequente presença nos animes, ressaltando o nacionalismo que ainda impera no Japão e é disseminado pelo Oriente e o Ocidente.

 

Primeiramente é necessário recordar os acontecimentos na primeira metade do século XX pelo Japão no extremo Oriente e também no Havaí, para melhor compreensão do peso desses símbolos. Segundo Kenneth Henshall, a era do imperialismo japonês teve início em no ano de 1867, quando o último Xogun abdicou em favor do imperador Meiji. Teve início a Era Meiji, com mudanças econômicas, políticas e sociais no Japão. No final do século XIX, o Japão era o país mais desenvolvido do Oriente, com uma economia dinâmica, porém com necessidades para ampliar sua expansão. (HENSHALL, cap. 4, 1999)

 

Em busca de novos mercados consumidores e matérias-primas, o Japão adotou, assim como Inglaterra, França, EUA e Alemanha, uma política imperialista. As guerras foram o meio que os japoneses encontraram para conquistar territórios de outros países do Oriente, e a força militar tornou-se o meio necessário para alcançar o desenvolvimento nacional e a estabilidade. (HENSHALL, cap. 4, 1999)

 

Antes de sua participação na Segunda Guerra Mundial, o Império do Japão travou duas grandes guerras depois do estabelecimento da Revolução Meiji. A primeira foi a Primeira Guerra Sino-Japonesa, que ocorreu em 1894 e 1895, e a segunda foi a Guerra Russo-Japonesa, que foi um conflito para controlar a Coreia e partes da Manchúria entre o Império Russo e o Império do Japão, que ocorreu entre 1904 e 1905. (HENSHALL, cap. 4, 1999)

 

 A dominação japonesa foi oficializada na Coréia em 1910, marcando um domínio que durou por mais 35 anos, onde se tinha exploração econômica desse território e milhares de coreanos sendo submetidos a trabalhos forçados para ajudar na expansão japonesa. Em 1914 o Japão entrou na Primeira Guerra Mundial, onde expande sua esfera de influência na China e no Pacífico.

 

O período Showa foi o mais longo período de todos os reinados dos Imperadores japoneses anteriores. Durante o período pré-1945, o Japão foi tomado pelo totalitarismo político, ultranacionalismo e imperialismo militar, culminando na invasão japonesa da China em 1937. Com essa era houve a ascensão da ideologia Kokka Gushi, que juntava elementos raciais, nacionais e imperialistas, onde os mesmos acreditavam ser a raça suprema na Ásia, sendo assim os demais orientais inferiores, além disso a ideologia foi consolidada por uma radicalização e pela aliança anticomunista com a Alemanha nazista. Como resultado dessa política imperialista e uma ideologia similar ao nazifascismo, de 1931 a 1945, cerca de 8 milhões de pessoas foram mortas.

 

O governo japonês tentou apagar as demais culturas asiáticas e substituí-la pela Japonesa. Proibiu nomes e criminalizou até o uso da língua nativa dos territórios conquistados em espaço público (KAWAI, 1938). Além também do trabalho escravo, muitos túneis ferroviários do Japão foram construídos por prisioneiros de guerra coreanos, como por exemplo o Túnel Kiyotaki.

 

Entre os massacres documentados desse período podem ser citados o massacre de Nanking, na China, onde a cidade foi pilhada e destruída de maneira generalizada e cerca de 200 mil chineses foram massacrados. As “marchas da morte” de Bataan, que foi uma marcha forçada de prisioneiros de guerra americanos e filipinos durante a Segunda Guerra Mundial, com destino a campos de concentração sem água ou comida. O massacre de Manilla, quando os japoneses destruíram a cidade e mataram a maior parte da população filipina, somando cerca de 300 mil mortos.

 

Outros eventos graves são a escravização sexual de mulheres nos territórios ocupados, o uso de armas químicas e biológicas, desenvolvidas com o uso de chineses e coreanos como cobaias humanas, assim como em experimentos médicos. Tais crimes nunca de fato foram solucionados e os culpados devidamente punidos, pois no fim da Segunda Guerra grande parte dos responsáveis foram inocentados.

 

Todos esses crimes cometidos estão marcados pela bandeira do Império do Japão, a bandeira do sol nascente que contém um círculo vermelho, muito similar com a atual, com a diferença de ter 16 raios saindo dele. Durante o século 19, o símbolo do sol nascente se tornou a bandeira militar do país. E, por esse motivo, foi hasteada durante a expansão imperialista do Japão, quando o país ocupou a Coreia e parte da China.

 

FIGURA 1: Bandeira do Japão Imperial (1889-1945): FONTE: Disponível em: <https://abagond.files.wordpress.com/2015/04/the_imperial_japanese_navy__several_resolutions__by_jpviktorjokinen-d5rvyo9.jpg>. Acesso em: jul. 2023.

 

Após a Segunda Guerra Mundial que o Japão passou a receber mais influência das técnicas de cinema ocidentais e passou a produzir seus desenhos animados, os chamados animes, que tem também inspiração nos mangás, tanto na arte como na adaptação de obras originais (CLEMENTS, 2017). Hoje o mercado de anime está em constante crescimento, com a exportação de séries e filmes longa metragem por todo o globo, difundindo ideologias de seus autores. O anime, como qualquer outra forma de arte, pode influenciar o mundo interior e a psique de todas as pessoas, em especial dos mais novos.

 

Algumas vezes símbolos alusivos ao Japão imperial foram usados nos animes, mesmo que de forma sutil. Recentemente 02 casos ganharam notoriedade, sendo a primeira no anime “Demon Slayer”, pois houve problema por conta de uma característica importante do design de Tanjiro Kamado que pode trazer lembranças de um momento sombrio da história do Japão, justamente pelo objeto possuir algumas semelhanças com a Bandeira do Sol Nascente.

 

FIGURA 2: personagem Tanjiro Kamado e seus brincos de hanafuda (2019)

FONTE: Disponível em: <https://themitm.files.wordpress.com/2021/07/tanjiro-hanafuda.jpg>. Acesso em: jul. 2023.

 

A polêmica começou há bastante tempo, e voltou à tona porque a Netflix comprou, em 2021, os direitos do anime para exibi-lo ao redor do mundo inteiro e os habitantes da Coréia do Sul, na Ásia, retomaram o debate. A discussão já havia sido levantada anteriormente, mas tomou força em 2021 devido a exibição de Demon Slayer na Netflix. Com a entrada do anime no catálogo, os usuários perceberam que a plataforma de streaming não promoveu nenhuma censura aos brincos, mesmo depois de toda a compreensão do peso da simbologia.

 

Outro caso está presente no anime Tokyo Revengers, que no mangá consta a bandeira do Japão imperial em roupas de personagens. Neste caso os produtores optaram pela censura quando houve a animação da obra, pois ao contrário da primeira, este símbolo estava explícito.

 

FIGURA 3: Censura aplicada no anime Tokyo Revengers

FONTE: Disponível em: <https://preview.redd.it/3uci1fllqbe81.jpg?width=1080&crop=smart&auto=webp&s=d9006c533d687fac9382acb91e5a4160d118e9a8>. Acesso em: 30 jul. 2023.

 

No entanto, mesmo que a bandeira do sol nascente tenha uma história mais antiga, "ninguém no Japão usa a bandeira do sol nascente para qualquer outro propósito que não seja romantizar e reescrever os horríveis abusos de direitos humanos cometidos sob o império japonês", argumenta Koichi Nakano, professor de ciência política na Sophia University, em entrevista à BBC.

 

Outra situação se dá pelo uso de suásticas em diversas obras, onde se encontra um impasse entre o passado e a religião. Também conhecida como Cruz Gamada, a suástica é um símbolo encontrado em muitas culturas, algumas das quais sequer tiveram contato entre si. Existem, inclusive, muitas representações gráficas da suástica. Foi usado também por bizantinos na Europa, maias e astecas na América Central e índios navajos na América do Norte. Para todos esses povos, a suástica era uma representação de boa sorte, tanto que a palavra vem do sânscrito svastika, que quer dizer “condutora do bem-estar”.

 

No Japão, a suástica budista é chamada de manji, onde o sinal continua sendo um dos importantes símbolos religiosos para a representação do Budismo. A suástica é uma representação do bem há muitos anos, para muitos povos. No entanto, a partir da Segunda Guerra Mundial, uma conotação negativa foi associada ao símbolo graças aos nazistas.

 

A suástica representava o próprio ato de criação da raça ariana e foi adotada como efígie do Partido Nazista e símbolo mais eloquente de seu governo. Hitler apropriou-se da suástica para representar o partido, subvertendo a sua simbologia original (RUSSEL, 1954). A suástica nazista é representada em preto, virada para a direita e girada a 45º deixando os cantos apontados para cima. Devido as atrocidades cometidas pela Alemanha nazista durante a 2º Guerra Mundial e os princípios defendidos por Hitler, a suástica passou a representar o ódio, a destruição e o racismo.

 

Com o fim da Segunda Guerra, em 1945, o símbolo foi oficialmente extinto, mas continua sendo usado por grupos neonazistas. E, como resultado de todas as coisas horríveis feitas pelos nazistas, o símbolo da suástica é, até hoje, fortemente associado à negatividade, ao ódio, à intolerância, ao nazismo e às ideologias relacionadas com o fascismo e a supremacia branca. O emblema ficou tão associado às atrocidades cometidas por Hitler e seus seguidores que hoje é proibido por lei em dezenas de países.

 

Porém as duas suásticas apresentam algumas diferenças. Começando pelo ângulo, com a adotadas pelos nazistas estando em 45°, outra discrepância é o lado das pontas. No Budismo, a suástica orientada para a representa o amor e a misericórdia. Já, a orientada para a direita caracteriza a força e a inteligência. Ambos os símbolos podem ser empregados, embora, o sinal virado para a esquerda seja o mais predominante no Japão.

 

FIGURA 4: diferenças entre as suásticas budista e nazista

FONTE: Disponível em: <https://cdn.ome.lt/w6w6JniNMxdamXuwyqahlWJ26P8=/fit-in/837x500/smart/uploads/conteudo/fotos/diferencas-suasticas.jpg>. Acesso em: jul. 2023.

 

O uso das suásticas nos animes acontece com frequência, sofrendo censura na maioria das vezes, principalmente no Ocidente. Por fazer parte da cultura japonesa e por ser compreendido pelo público local, a suástica budista já apareceu em várias produções de sucesso, como Naruto e One Piece, assim como em quadrinhos ou em desenhos animados, frequentemente relacionado a personagens com elementos religiosos.

 

Um dos exemplos está no anime Yu Yu Hakusho, onde um lutador está disputando o torneio da Mestra Genkai logo no começo da trama, chamado de Kazemaru, um ninja. Embora use uma armadura por baixo de sua roupa, ele usa vestes parecidas com as de monges budistas, mantém o cabelo raspado e ostenta em sua testa a suástica do manji. Isso não foi um problema quando o mangá e o anime estavam restritos ao Japão e a países orientais, pois é um símbolo amplamente conhecido, mas ao sair dali a situação complicou.

FIGURA 5: Kazemaru com um manji na testa

FONTE: Disponível em: <https://cdn.ome.lt/eMX79v0X8qDI3j4ZLLlULhZPQ-s=/fit-in/837x500/smart/uploads/conteudo/fotos/kazemaru-yu-yu-hakusho.jpg>. Acesso em: jul. 2023.

 

Quando a série de luta criada por Yoshihiro Togashi foi exportada, o símbolo na testa de Kazemaru passou a ser um problema por causa do risco do personagem ser confundido com um Nazista. A Rede Manchete, responsável pela exibição do anime no Brasil em meados dos anos 1990, precisou editar o anime para apagar o manji na testa de Kazemaru, afinal seria impossível explicar o significado positivo de uma suástica quase idêntica à que se estuda nas aulas de História.

 

Com a popularização dos animes e mangás no ocidente, e com os japoneses lucrando bastante com isso, começou uma preocupação maior com a presença da suástica nas obras japonesas, afinal isso poderia colocar em risco alguma chance de exportação e consumo de suas obras. Os próprios japoneses passaram a retirar o manji dos mangás e animes, como aconteceu em One Piece, com o personagem Ace, que tinha em suas costas uma suástica tatuada e o símbolo foi trocado pelo autor por uma cruz (que também acabou sendo censurado no ocidente por fazer alusão ao cristianismo).

 

FIGURA 6: Ace e sua tatuagem com manji antes e depois da censura

FONTE: Disponível em: <https://cdn.ome.lt/eqg8QIh0ydnh_HMXZuEv_W8Lfz0=/fit-in/837x500/smart/uploads/conteudo/fotos/ace-tatuagem.jpg>. Acesso em: 30 jul. 2023.

 

Em Naruto, o personagem Hyuga Neji, muito querido entre os fãs da obra de Masashi Kishimoto, tem em sua testa um selo que impede que o Ninja ataque outros membros do clã que pertencem à família principal. Essa segunda linhagem do clã Hyuuga é marcada por um Manji verde, uma marca que impede a insurreição e mantém a subserviência da família secundária.

 

FIGURA 7: personagem Neji Hyuuga com sua marca da maldição em forma de manji. FONTE: Disponível em: <https://midianinja.org/files/2022/02/naruto.png>. Acesso em: jul. 2023.

 

Mesmo na maioria dos casos havendo preocupação em corrigir o símbolo para o mercado Ocidental, algumas vezes o anime é transmitido sem a censura. A exemplo novamente será citado o anime Tokyo Revengers. A gangue Toman é formada por garotos sem futuro, que apesar de serem briguentos, os membros da Toman possuem ideais e sempre buscam um estilo de vida livre. Todos conhecem essa gangue por causa do manji que ela usa, mas é exatamente esse símbolo o precursor da polêmica, que se originou no aplicativo do Twitter. O manji adotado pela Toman é a cruz suástica, um símbolo que significa paz e prosperidade em muitas religiões.

 

FIGURA 8: bandeira da gangue Toman com a suástica como símbolo

FONTE: Disponível em: <https://skdesu.com/wp-content/uploads/2021/05/tokyo-manji-kai-revenger.jpg>. Acesso em: jul. 2023.

 

Sabendo que o símbolo seria mal interpretado pelas pessoas, a Crunchyroll decidiu censurá-lo fora do Japão, com algumas luzes inesperadas ou cenas totalmente em branco. Porém a plataforma é paga, então a censura de nada adiantou, sendo acessada a versão sem censura com bastante facilidade.

 

Em vista disso é necessário maior atenção das produtoras dessas obras, pois é de importância a consciência com o mercador Ocidental que consome esses conteúdos, principalmente crianças e jovens que estão inseridas em um momento de aumento dramático de células nazistas. Nitidamente o uso de suásticas ou de símbolos nacionalistas não tem o mesmo intuito que o usado na primeira metade do século XX, porém estes estão impregnados por um passado cercado de dor e sofrimento, até hoje sendo gatilho emocional e motivo de repulsa para muitas populações.

 

Referências

Francisco Kelvin Moreira de Sousa - graduando em História pela Universidade Estadual do Maranhão, Campus – Caxias.  Bolsista do PIBID 2022 – 2024 e participante de projetos de pesquisa voltados para área da cultura. 

Jakson dos Santos Ribeiro – Professor Adjunto II, na Universidade Estadual do Maranhão – Campus Caxias. Doutor em História Social da Amazônia (UFPA). Docente do Professor do Programa de Pós- Graduação em História Mestrado e Doutorado Profissional (PPGHIST), na Universidade Estadual do Maranhão. Professor do Programa de Educação Inclusiva – PROFEI/UEMA.

 

CLEMENTS, J. Anime : a history. London: Palgrave Macmillan On Behalf Of The British Film Institute, 2017.

 

Como a suástica virou a marca do nazismo? Disponível em: <https://super.abril.com.br/historia/como-a-suastica-virou-a-marca-do-nazismo>. Acesso em: jul. 2023.

 

Demon Slayer: anime recebe críticas por brincos de Tanjiro; entenda! Disponível em: <https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/217176-demon-slayer-anime-recebe-criticas-brincos-tanjiro-entenda.htm>. Acesso em: jul. 2023.

 

FREDERICK, E. The Scourge of the Swastika. [s.l.] Greenhill Books/Lionel Leventhal, 1954.

 

HENSHALL, K. A history of Japan From stone age to superpower. Gordonsville,: Palgrave Macmillan, 1999.

 

HTTPS://WWW.FACEBOOK.COM/SUKIDESUBR. Manji - The Swastika in Anime, Manga and Japanese Culture. Disponível em: <https://skdesu.com/en/manji-suatica-anime-manga-japan/>. Acesso em: jul. 2023.

 

Lendas: Conheça a história do Túnel Kiyotaki, no Japão. Disponível em: <https://guarientoportal.com/lendas/tunel-kiyotaki-japao>. Acesso em: jul. 2023.

 

Manji | Entenda a polêmica envolvendo o símbolo de Tokyo Revengers. Disponível em: <https://www.omelete.com.br/anime-manga/manji-tokyo-revengers>. Acesso em: jul. 2023.

 

O que foi a marcha da morte de Bataan? - Spiegato. Disponível em: <https://spiegato.com/pt/o-que-foi-a-marcha-da-morte-de-bataan>. Acesso em: jul. 2023.

 

Os símbolos nazistas que ainda estão presentes no Japão. BBC News Brasil, [s.d.].

 

‌SANTONI, P. R. Animês e mangas: a identidade dos adolescentes. , maio 2017.

 

SMITH, J. Horrific Japanese Crimes in WWII That History Forgot - HISTECHO. Disponível em: <https://www.histecho.com/horrific-japanese-crimes-in-wwii-that-history-forgot/#:~:text=Horrific%20Japanese%20Crimes%20in%20WWII%20That%20History%20Forgot>. Acesso em: 30 jul. 2023.

 

‌ Statism in Shōwa Japan - Wikipedia. Disponível em: <https://pt.abcdef.wiki/wiki/Statism_in_Sh%C5%8Dwa_Japan#:~:text=Sh%C5%8Dwa%20Estatismo%20%28%E5%9B%BD%E5%AE%B6%E4%B8%BB%E7%BE%A9%2C%20Kokka%20Shugi%29%20foi%20um%20sincretismo>. Acesso em: jul. 2023.

 

TATSUO KAWAI. The goal of Japanese expansion. Westport, Conn.: Greenwood Pr, 1938.

 

Tokyo Revengers e o Manji como camuflagem Neonazista. Disponível em: <https://midianinja.org/historiaoralpodcast/tokyo-revengers-e-o-manji-como-camuflagem-neonazista/>. Acesso em: jul. 2023.

 

UNITED STATES HOLOCAUST MEMORIAL MUSEUM. History of the Swastika. Disponível em: <https://encyclopedia.ushmm.org/content/en/article/history-of-the-swastika>.

18 comentários:

  1. Olá! Parabéns pelo texto, pelo trabalho!

    Diante do resultado da pesquisa, a título de curiosidade: Onde posso encontrar mais referências sobre a temática (além das mencionadas), para trabalhar com estudantes do ensino fundamental - anos finais utilizando MANGÁS e ANIMES? Existe algum site em específico?

    Gratidão.

    Anderson Gonçalves do Nascimento Sousa

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    1. Oi Anderson, então, nas minhas pesquisas eu não encontrei nenhum site que tenha por objetivo utilizar os animes/mangás com viés mais educativo. O que eu poderia te aconselhar seria usar das inúmeras obras que já foram produzidas e tentar assimilar elas ao conteúdo que esteja sendo ensinado, tentando por exemplo fazer conexões do enredo com aquilo que você deseja repassar para os alunos.

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  2. Olá, ótimo texto!

    Quando voces citam o persongem de Yu Yu Hakusho ostentar um manji na testa, afirmam que o mangá não foi problemático quando circulava somente no Japão. A questão da problemática do manji no "Ocidente" levou a censura de algumas cenas dos animes. Existe alguma movimentação ocidental que busca compreender melhor esses símbolos tão importante a cultura japonesa ou o que predomina mesmo seria a censura por parte do mercado de animes?

    Rafael Meira de Oliveira

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    1. Não existe grande movimentação ocidental nesse quesito. Na verdade existe muita desinformação e equívoco, pois a herança negativa que o nazismo deixou faz com que automaticamente o manji seja confundido com uma suástica nazista. E devido a todo um trabalho de conscientização no Ocidente, tentar desmistificar e contar todo o significado religioso e cultural, se torna bem mais fácil censurar do que de fato explicar que ambos não tem conexão nenhuma.

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  3. Bom dia, parabéns aos autores pelo texto.
    Achei um debate muito interessante e muito necessário em nossa sociedade, exatamente pelo aumento de discursos de extrema direita e de células neonazistas, conforme apontado no texto. No entanto, me pergunto se não devemos pensar em meios de debater o tema da suástica para além da censura de animes e mangás quando estes são exportados para o Ocidente. Um símbolo religioso tão importante para diversas crenças e sociedades não deve ser simplesmente apagado, e acredito que cabe a nós professores o encaminhamento da questão para as salas de aula. Mas não deveriam as produtoras de animação, Ocidentais e Orientais, ser também responsáveis por fomentar produções educativas que alcancem maiores públicos? Os autores acreditam que a censura, por si só, resolve o problema do mal uso de símbolos no ambiente midiático?

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    1. Oi Nikita, então, acredito que sim, as produtoras poderiam ser aliadas nessa luta para trazer mais conhecimentos para a sociedade. Ainda mais se tratando de um símbolo que carrega todo um significado para um povo e uma religião. Quanto a censura, realmente acho que não resolve, apenas faz com que essa discussão seja adiada ou esquecida, até outro anime usar o mesmo símbolo e toda a situação de discutir sobre o tema voltar à tona, tornando-se assim um ciclo vicioso.

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  4. Boa noite, Francisco e Jakson. Primeiramente gostaria de parabenizá-los pelo texto e pela temática. Vocês levantam uma questão muito relevante, e que está presente no âmago dos animes e mangás: a iconografia. Se pegarmos Bleach como exemplo, anime que voltou as telas recentemente, podemos ver uma forte alusão com os nazistas e a SS, quando entramos em contato com os novos vilões da série, os Quincys que se denominam como Wandereich. Produção de sucesso, exportada para muitos países, influencia diretamente um público de diversas idades e gêneros.
    A minha questão é a seguinte: como nós historiadores podemos lidar com esses símbolos que são usados tão recorrentemente? Devem ser apenas esquecidos, apagados das produções? Ou devemos reavivar o debate sobre os mesmos?

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    1. Oi Lucas, tenho acompanhado essa nova temporada de Bleach e realmente é estranha todas as analogias que dá pra se fazer com o nazismo, fora todas as problemáticas da Bankai do Ichigo. Mas respondendo as perguntas, creio que podemos lidar com esses símbolos não deixando que eles sejam apagados, mas sim botando eles como pauta, fazer discussões sobre eles e levar informações concretas, explicando seus significados e toda a carga histórica que eles tem. E acredito que pessoas informadas conseguem discernir bem o uso dessas simbologias.

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  5. Carla Cristina Barbosa. Parabéns pelo texto! Com a disponibilidade anime nas plataforma de streanimg , com o catálogo da Netflix e a popularização dos animes e mangás no ocidente, como podemos abordar uso de suásticas ou de símbolos nacionalistas com
    os adolescentes?

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    1. Oi Carla. Penso que esses assuntos que são sensíveis de nazismo ou nacionalismo podem ser trabalhados de uma forma contextualizada, por exemplo, utilizando animes para retratar sobre essas temáticas. Os animes são uma forma bem interessante e que está inserido no universo dos adolescentes, se fazendo assim de grande valia para a educação. E contextualizar assuntos históricos com eles é uma junção bem interessante, por exemplo, usar o manji que está presente em algumas obras citadas no decorrer do texto e comparar com a suástica nazista para explicar as diferenças entre eles é um método que fala desse tema sensível de uma forma que não seja tão complicada de ser abordada.

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  6. Bom dia, Francisco e Jakson, excelentes apontamentos. Gostaria de saber a visão de vocês sobre o anime Shingeki no Kyojin(Attack on Titan) e as acusações da obra com paralelos do Império nipônico e do nazismo.

    Douglas Tacone Pastrello

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    1. Oi Douglas. Shingeki no Kyojin tem algumas acusações de trazer similaridades com o nazismo, por exemplo personagens inspirados em personalidades alemãs nazistas e as braçadeiras dos eldianos, e de parecer bastante em alguns aspectos com as práticas ultranacionalistas do império nipônico. Porém ver apenas esses aspectos isolados faz com que o julgamento seja bem fácil, e vendo a obra completa alguns aspectos começam a ter algum sentido. A obra se baseia em muitos fatos e acontecimentos do mundo real e traz isso para ficção de uma forma que, por mais que sejam assuntos delicados, são trabalhados para entender todo esse embate de marleyanos e eldianos.

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  7. Primeiramente gostaria de parabenizar pelo trabalho, certamente é um tema que atualmente se torna muito importante de ser debatido.
    Dito isso gostaria de perguntar se durante a pesquisa houveram informações que explicassem os usos do Manjo nas obras destacadas para além de "é um símbolo budista" Me parece que no caso de Naruto ela possui uma questão mais trabalhada(a obediência ao sistema de castas do clã Hyuuga), em One Piece também (possivelmente o caráter familiar dos piratas do barba branca), mas nos outros exemplos eu desconheço se existe alguma questão até crítica a respeito.
    Agradeço a atenção desde já!

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    1. Oi Matheus! O manji ele é um símbolo que pode ter significados diversos, dependendo da situação. Na maioria das vezes ele é um símbolo que representa sorte, paz, prosperidade, enfim, coisas relacionadas à virtudes. Porém esse símbolo na testa, como em Yu Yu Hakusho e o Neji, pode estar relacionado à junção corpo e alma.

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  8. João Guilherme Sousa Da Silva10 de agosto de 2023 às 23:10

    Olá, seu texto é bastante pertinente aos dias atuais, parabéns!
    De que forma você acha que nós acadêmicos podemos aumentar a fomentação deste tipo de conteúdo?

    João Guilherme Sousa da Silva

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    1. Oi João. Creio que acadêmicos e professores poderiam trabalhar esse tipo de conteúdo mostrando ele inserido no meio midiático, em desenhos, músicas ou filmes, e mediante isso fazer socialização do conteúdo baseado em como ele é abordado nessas mídias

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