OS DESASTRES NO PENSAMENTO JAPONÊS: PERSPECTIVAS RELIGIOSAS, por Lilian Yamamoto

 

Introdução

O Japão é um país insular constituído por 4 ilhas principais (Honshu, Shikoku, Kyushu e Hokkaido e outras ilhas que sofre com uma grande incidência de desastres, por estar localizado no círculo de fogo do Pacífico, o que provoca uma série de terremotos, maremotos, tsunamis e erupções vulcânicas, além da ocorrência de extremos climáticos como tufões e enchentes afetarem todo o território japonês. Ao longo de sua história e em especial, a partir do rápido desenvolvimento socioeconômico testemunhado desde o Período Meiji (1868-1912), o país se tornou uma referência mundial na política de redução de risco de desastres, pari passu com desenvolvimento tecnológico na área de engenharia, sismologia e meteorologia. Assim, o país logrou êxito em diminuir os danos causados pelos desastres.

 

Os desastres naturais no Japão aparecem em registros literários e artísticos de todos os períodos durante a história japonesa. Um dos mais conhecidos é da obra clássica  Hôjôki (Relatos da minha cabana) de autoria de Kamo no Chômei, do início do Período Kamakura (1185-1333) no qual ele narra a ocorrência de terremotos, secas, tufões, enchentes e epidemias,  que o motivam a viver como um eremita. Mais recentemente, entre os desastres naturais e tecnológicos mais expressivos dos séculos XX e XXI no Japão podem ser citados o Grande Terremoto de Tóquio (1923), as bombas nucleares de Hiroshima e Nagasáqui (1945), Grande Terremoto de Kobe (1995) e o Grande Terremoto de Tôhoku (2011), sendo o último o tsunami mais destrutivo da história japonesa, de magnitude 9, com ondas que chegaram a altura de 10 metros, adicionando o acidente nuclear da Usina Nuclear de Fukushima Daiichi em Ôkuma que provocou uma grande crise que se alastrou por todo o país, provocando a morte de mais de 15.000 pessoas e o desaparecimento de mais de 3.500 (Shaw e Takeuchi, s.d).

 

Mesmo com o progresso científico, o homem não tem a capacidade de impedir a ocorrência de desastres, ao contrário da natureza, que continua exercendo a sua força absoluta. Trata-se, de fato, da luta entre o poder finito humano e o a soberania infinita da natureza (Takada, 1987, p.9). Interpretações desses eventos como castigo divino também persistem. Quando um grande tsunami atingiu Tôhoku em 2011, Shintarô Ishihara (1932-2022), o então governador de Tóquio, atribuiu o desastre a um castigo divino, resultado do egoísmo existente no Japão contemporâneo (Globo, 2011). Apesar da condenação ao seu comentário, não é uma ideia estranha a algumas religiões. (Starrs, 2014, p.3). Assim, quando ocorre um desastre é da natureza humana se questionar o porquê do fato ter ocorrido em determinada localidade ou em sua comunidade ou o motivo pelo qual pessoas com conduta ilibada terem morrido dessa forma. (Maebayashi, 2016, p.67). Nesse contexto, este trabalho pretende refletir como o pensamento religioso japonês aborda a morte e destruição causadas pelos desastres no Japão, em especial, com a análise dessa perspectiva no xintoísmo e budismo.

 

As religiões no Japão

O discurso sobre religião e sobre o estado nação secular constitucional é um produto da imposição colonial cultural datada do Período Meiji. Assim, as chamadas religiões como o xintoísmo e o budismo são invenções da própria modernidade com a finalidade de promover um sistema colonial de classificação (Fitzgerald, 2022, p. 2). O uso do termo “religião” como uma categoria descritiva e analítica distorce os valores, práticas, instituições indígenas pertencentes à identidade japonesa. (Fitzgerald, 2022, p.2). Vale ressaltar a influência de outras tradições, como o confucionismo que se soma às tradições religiosas e cujas práticas simultâneas realizadas pela população japonesa originam o sincretismo. O caminho do guerreiro (bushidô) tem sua própria ideologia, mas um estudo sobre sua herança demonstra que há uma mescla de elementos de virtude confuciana, disciplina budista e pureza xintoísta.(Kasulis, 2018, p.37).   

 

O pensamento confucionista dominou culturalmente a região por um longo período e este pensamento desenvolveu padrões de comportamento comuns entre os povos do Leste Asiático. Uma das maiores diferenças culturais desses povos é a ênfase no coletivismo, em que os objetivos grupais prevalecem sobre os objetivos pessoais e as relações harmoniosas são prioritárias, ainda que seja desvantajosa aos indivíduos. O comportamento responsável em relações com a família, colegas e amigos e as normas sociais são valorizados e essenciais para a convivência social. (Lee, Yu, Nah, 2011, p.386). Levando em consideração o sincretismo religioso e ideológico presente na sociedade japonesa, descreveremos as práticas e instituições relacionadas ao xintoísmo e budismo e como elas interpretam os desastres naturais.

 

A percepção dos desastres no xintoísmo

Quando no século VI (d.C) houve a introdução do budismo no Japão, trazido da China e da Coreia, surgiu a necessidade de se criar um termo para a religião indígena que no caso, foi o xintoísmo (Cobbold, 1905, p.7). O conceito de xintoísmo tem sido alvo de debates e o termo (xintô神道)tem sido interpretado de variadas maneiras. Contudo, traçar nitidamente as diferenças entre o budismo e o xintoísmo é uma tarefa hercúlea, uma vez que a aceitação do budismo se deve à sua capacidade sincrética com o xintoísmo. Nos séculos VIII e IX, os rituais de yin yang de pacificação (chinsai) e purificação (harae) ganharam maior importância na corte, uma vez que ela passou por crises causadas por disputas políticas, desastres naturais e epidemia (Breen e Teeuwen, 2010, p.37).

 

De maneira geral, o xintoísmo se fundamenta na reverência à natureza e tabus com relação às impurezas (kegare). O que é considerado como impuro irá variar de acordo com o período histórico, classe social e ocupação, mas pode persistir ao longo do tempo. Por exemplo, a ideia de impureza no século VIII, segundo as obras clássicas Kojiki (712) e Nihonshoki (720), era relacionada à morte e persiste até hoje, sendo alvo de discussões sobre discriminação aos burakumin, grupo que tradicionalmente que exercia a função de açougueiros, coveiros e curtidores de couro.

 

Dessa maneira, a morte, os cadáveres, os espíritos dos mortos, os familiares próximos do falecido, os utensílios usados no ritual funeral, o local em que ocorreu a morte eram, na sua totalidade, vistos como impuros. (Namihira, 1987, p.65). Além disso, eventos  fisiológicos humanos como a gravidez, nascimento, doença, sangramento e atividade sexual eram vistas como causas de impureza, assim como as pessoas a elas relacionadas.  De forma semelhante, desastres naturais e crimes também são considerados como impuros. (Namihira, 1987, p.65). Grande parcela dos rituais xintoístas pretende remover as impurezas. No xintoísmo, os kami (divindades) aparecem em condições de pureza extrema. O estado de sua impureza os deixa furiosos, abrindo espaço para o perigo, adversidades e a má sorte. (Namihira, 1987, p.65).  

 

Além disso, o xintoísmo não é dotado de um sistema doutrinário, existindo em formas diversas como uma crença popular, mas tem algumas características de religião organizada uma vez que mantém rituais e santuários. Tem um papel importante na mitologia antiga do Japão e fornece embasamento para a reverência ao imperador (Kuroda, 1981, p.1).

 

Os kami (divindades) incluem elementos da natureza como árvores, montanhas, rochas e rios que podem abençoar ou amaldiçoar as pessoas, além de entes falecidos. No cso da morte ter sido violenta ou prematura, como ocorre com desastres naturais, assassinatos e outros acidentes, o kami poderia desenvolver um caráter malévolo. (André, 2008, p.3). Entre os elementos da natureza, considerados como kami, podem ser citados o Monte Fuji, cercado de santuários a sua volta, e o Monte Aso. (Pastrana-Huguet, Casado-Claro, Gavari-Starkie, 2022, p.6). Uma das principais diferenças entre a perspectiva monoteísta e a japonesa é que nesta não há relação hierárquica entre as divindades, os seres humanos e a natureza. (Nahlbom, 2018, p.30).

 

Teoria da fortuna

Desde os tempos remotos, os japoneses têm assimilado os desastres como uma inevitável calamidade provocada pela natureza. Mesmo com o advento tecnológico e conhecimento que contribuem para a previsibilidade meteorológica de extremos climáticos, há limites para a prevenção de mortes e danos, sendo a impotência humana imutável com o passar do tempo. (Maebayashi, 2016, p.67).  Nesta teoria, se defende que o desastre foi obra do destino ou de vontade divina, sendo difícil aceitar que, enquanto algumas pessoas tiveram suas casas destruídas ou perderam seus entes queridos, outras não sofreram quaisquer danos. A sorte humana se trata de predeterminação celeste. (Maebayashi, 2016, p.67).

 

A calamidade seria causada por alguns kami. Desde a antiguidade japonesa, isso tem sido atribuído a uma divindade Araburu (荒ぶる神 Araburu gami), que seria uma entidade malévola. Ela estaria presente na natureza, nas montanhas, mar e rios e traz calamidades aos seres humanos. Por exemplo, os trovões seriam causados por Raijin (雷神deus do trovão), assim como os tufões e rajadas de vento seriam causados por  Fûjin (風神 deus do vento). Os terremotos seriam causados por bagres ( namazu), faisões ( kiji) e caranguejos ( kani) (Maebayashi, 2016, p.67). Já as avalanches em regiões montanhosas nas províncias de Nagano, Yamanashi, Mie e Shizuoka  (大蛇 orochi) seriam provocadas por grandes serpentes e, na província de Nara,  reza a lenda que seriam causadas por vieiras (法螺貝 horagai). Assim, havia a crença de que os desastres naturais teriam como culpados os kami e animais. (Maebayashi, 2016, p.67). Uma evidência da assimilação dessas crenças é comprovada por meio da carta de Toyotomi Hideyoshi (1537-1598) um dos principais personagens históricos da unificação japonesa no século XVI, na qual ele ordena os servos a construírem o castelo, levando em consideração os movimentos do namazu (Pastrana-Huguet, Casado-Claro, Gavari-Starkie, 2022, p.7). Assim, segundo o xintoísmo, os desastres teriam como causa a arbitrariedade celeste e a força destrutiva de animais raivosos.

 

A percepção dos desastres no budismo

O budismo foi introduzido oficialmente no Japão em 552 (d.C), pelo Reino de Paekche, um reino localizado no sudoeste da Península coreana. Como cerca de um terço da aristocracia japonesa tinha ascendência estrangeira, é provável que uma parcela da população tivesse conhecimento sobre essa religião (Varley, 2000, p.20).

 

O budismo se fundamenta nas 4 nobres verdades: 1) o mundo é um lugar de sofrimento; 2) o sofrimento é causado pelo desejo humano; 3) algo pode ser feito para terminar com o sofrimento; 4) o término do sofrimento e o alcance da iluminação se fundamentam no Nobre caminho de 8 passos (visão correta, intenção correta, fala correta, ação correta, modo de vida correto, esforço correto, atenção correta e concentração correta). Além disso, a doutrina do carma defende que os atos de existências prévias, plenos de desejo e sofrimento podem gerar inúmeros ciclos reencarnatórios (Varley, 2000, p.20). Na escola Mahayana, adotada pelo Japão e pelo Leste Asiático, havia também uma variedade de budas e divindades, algumas emprestadas até mesmo do hinduísmo. Em um esforço para categorizar essas divindidades, a escola formulou a teoria das “três formas de Buda”: 1) forma cósmica; 2) forma transcendental, aparecendo como figuras divinas, como o caso do Buda da medicina, Buda do futuro ou Buda Amida, de iluminação sem fronteiras; 3) Buda transformado na forma humana. Essas diferentes formas vieram a influenciar o surgimento das diversas escolas budistas no Japão. (Varley, 2000, p.21).

 

Um dos pilares relacionados a desastres no pensamento budista é o conceito da impermanência (Maebayashi, 2016, Kamikawa, 2011, Matsui, 2013), testemunhada pelos japoneses nas mudanças definidas durante as 4 estações. Essa impermanência reflete a transitoriedade, a transformação e a dissolução de coisas e situações, que regem o universo. O sofrimento do ser humano, assim, se origina do apego a situações, pessoas e coisas. Ao compreender a impermanência de tudo, é necessário que não haja apego a esses elementos, uma vez que são transitórios.

 

Teoria da vontade celeste (天譴論 tenkenron).

Fundamenta-se na ideia de que os céus punem os seres humanos causando desastres. Seria um meio de advertência para que haja correção no comportamento humano. Originou-se na China antiga quando se acreditava que os desastres naturais eram uma advertência dos céus para o mau comportamento dos estadistas (Takada, 1987, p.10). A percepção de que a fúria dos deuses pune os homens é compartilhada pela mitologia greco-romana. No relato de Heródoto, se atribui à Poseidon a responsabilidade pelo tsunami de 479 a.C de forma a punir os persas pelo cerco de Potideia. (Mathúna, 2018, p.28). O imperador Shômu do Japão (701-756 d.C) reflete essa crença quando fez uma declaração em que anunciava a construção de uma rede de templos budistas: “Eu, com pouca virtude, recebi indignamente esta importante nomeação (como imperador). Ainda tenho que espalhar governança e civilização. Ao acordar e dormir, estou cheio de vergonha. . . Recentemente, as colheitas do ano não estão prosperando e a pestilência se espalha repetidamente. Vergonha e pavor se misturam, eu apenas trabalho duro e me culpo. (Lowe, 2020).”

 

Após o terremoto em Osaka em 734 (d.C), houve um grande número de mortos e o imperador Shômu assumiu a responsabilidade pelo ocorrido. (Maebayashi, 2016, p.68). Essa teoria continuou a ser defendida atravessando os períodos históricos seguintes, culminando com a fala do então governador de Tóquio, Ishihara Shintarô, como mencionado acima. Além disso, o teólogo Gunpei Yamamuro (1872-1940) foi um dos teóricos que defendiam a ideia de que a punição celeste não decorria somente da má política executada pelos dirigentes, mas seria consequência do corrompimento da sociedade. (Maebayashi, 2016, p.68). A ideia da punição divina foi utilizada como justificativa para auxiliar o homem a compreender os grandes desastres. Isso refletiria o resultado da quebra de contrato com a divindade no Ocidente.

 

Por outro lado, no caso do Japão, a ideia é acalmar os deuses furiosos que apresentam dupla personalidade, ou seja, o perverso e o benévolo convivem no mesmo ser. Assim, a divindade Araburu (荒ぶる神) poderia ser representada por uma face violenta Aratama (荒魂), que aparece em situações de guerra e de desastres naturais. Esta manifestação poderia ser transmutada por meio de ritos de pacificação, transformando-se em um ser benévolo, o Nigitama (和魂). (Maebayashi, 2016, p.68).

 

Teoria da Resignação (諦観論 teikannron)

Segundo esta teoria, o fato de algumas pessoas enfrentarem um desastre é determinado por vidas passadas. Se por um lado, essa teoria teria um efeito de aumentar a resignação das pessoas, também traz a sensação de impotência, pois independente do comportamento do indivíduo, ele sofrerá inevitavelmente as consequências de seus atos passados. (Takada, 1987, p.9). Fundamenta-se na lei de causa e efeito na qual a natureza é considerada como um mecanismo complexo em que é impossível escapar da lei do carma, sendo esta a mais importante regra que governa o universo (Tollini, 2017, p.84)

 

Teoria da Espiritualidade (精神論seishinron)

Esta teoria apregoa o desenvolvimento pessoal, de maneira que os indivíduos tenham uma preparação mental para enfrentar os desastres. Forneceria um senso de calma e confiança no destino, uma postura estoica frente ao desastre, o desdenho pela vida e aceitação da morte (Nitobe, 1908, p.12). A força espiritual deve suplantar a materialidade, no melhor estilo de “a fé move montanhas”. A autodisciplina é promovida por meio de um treinamento mental. (Takada, 1987, p.9).  

 

Conclusões

Este trabalho fez reflexões sobre a perspectiva do pensamento japonês religioso sobre os desastres que afetam o país ao longo da história. Verifica-se que o xintoísmo e o budismo apresentam fundamentos para diferentes teorias que responsabilizam diversos agentes pela ocorrência de desastres.

 

O xintoísmo responsabiliza os kami em sua forma violenta, por causar os desastres. A seleção entre as vítimas ocorreria de maneira aleatória, por predestinação celestial. Para evitar infortúnios, variados ritos deveriam ser realizados. Já no budismo, foram analisadas as teorias: da vontade celeste; resignação e; espiritualidade. Todas as três teorias se fundamentam na responsabilidade humana. Na teoria da vontade celeste, o comportamento falho humano, por meio até de seus líderes, causaria prejuízos de maneira coletiva. Na teoria da resignação o carma teria um papel fundamental em determinar àqueles que seriam vitimados pelos desastres, uma vez que os atos incorretos cometidos em vidas passadas poderiam resultar nesse tipo de infortúnio. Por fim,  na teoria da espiritualidade, se ensina que para enfrentar qualquer situação na vida, incluindo os desastres, os indivíduos devem se fortalecer mental e espiritualmente.

 

Referências

Dra. Lilian Yamamoto é professora colaboradora no Programa de Pós-Graduação em Língua, Literatura e Cultura Japonesa da Universidade de São Paulo (USP). Doutora em direito internacional pela Universidade Kanagawa, Japão e coordenadora do grupo de “A Natureza, o Clima e os Desastres no Pensamento Japonês”.

 

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VARLEY, Paul. Japanese Culture. Honolulu: University of Hawai'i Press, 2000.

3 comentários:

  1. Olá, Lilian Yamamoto
    Obrigado pelo texto e pela pesquisa. De fato, a questão da percepção do desastre e de como lidar com ele parece ser um tema central dentro da episteme japonesa. Sua pesquisa me ajudou muito a refletir sobre esses pontos, obrigado!

    Minha pergunta surge mais da curiosidade acerca da possível síntese dos pontos que você apresentou. Como você comentou, existe a concepção que “culpabiliza” as entidades pelos desastres e outra(s) que direciona essa responsabilização aos humanos. Como você acha que uma possível síntese dessas duas concepções tão distintas (e que também são originárias de posições diversas acerca da própria espiritualidade) se materializam na percepção e forma de lidar com os desastres na contemporaneidade? O exemplo do político citado, é claramente um que dialoga com a segunda concepção, haveria exemplos contemporâneo da primeira e, o que mais me interessa, da síntese entre as duas?

    Mais uma vez, obrigado pelo texto.
    Felipe Chaves Gonçalves Pinto

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  2. Olá Felipe,
    Obrigada pela pergunta sobre o artigo. Na contemporaneidade, apesar de não me lembrar de políticos fornecendo explicações sobre desastres com base na teoria da fortuna, houve um aumento de pessoas que voltaram a frequentar santuários xintoístas após o tsunami de Tôhoku em 2011. Parece ser mais frequente as religiões terem uma visão antropocentrista, culpabilizando os pecados humanos pela ocorrência de desastres, como os cristãos, muçulmanos e budistas.

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