“O QUE FAZER COM O CÉU NO DIA EM QUE ELE REALMENTE CAI” E O CANTO DO BODE: USOS DA HISTÓRIA EM A SOMBRA DAS TORRES AUSENTES, por Álvaro Ribeiro Regiani

 


Como reverter um estereótipo diante de um evento-trauma como o 11 de Setembro sem cair no perigo de narrar uma história sob um único ponto de vista? E, efetivamente, sem silenciar mais o impacto causado aos norte-americanos e aos povos árabes, evitando cair nos dilemas de contrapor narrativas por conta de um viés antiamericano ou antiislâmico? A par dessas perguntas, ao analisar os usos históricos deste passado recente se faz necessário entender a estrutura de um evento e distingui-lo dos efeitos mais imediatos, ou seja a comoção transformada em ação política que justifica a animosidade, mesmo que implicitamente. Neste sentido, ao interpretar À sombra das torres ausentes (2004), espera-se contribuir para um debate voltado a percepção das diferenças como algo constitutivo para o pensar historicamente, em sua crítica aos estigmas sociais.

 

A autoficção do cartunista Art Spiegelman em À sombra das torres ausentes retrata os atentados ao World Trade Center e a tragédia que se seguiu em Nova York, por meio de uma justaposição entre a memória traumática e a liberdade artística, ele faz um autorretrato para traçar uma sátira política do 11 de Setembro. Embora deixe claro que a queda das duas torres foi uma consequência do ódio fundamentalista em resposta ao imperialismo norte-americano e das maquinações políticas arquitetadas pela coalizão conservadora-mercantil de Bush-Cheney, no enquadramento entre a lembrança e a ficção, sua graphic novel reforçou um estereótipo contra os povos árabes e condicionou uma comoção pública análoga às versões de notícias comprometida com o Departamento de Defesa dos Estados Unidos na “guerra contra o terrorismo”. 

 

Desse modo, os enquadramentos feitos por Art Spiegelman não fogem aos condicionamentos de sua cultura histórica e À sombra das torres ausentes constitui-se como um uso público da história. Ao refletir sobre a caracterização desses usos, facilmente se chega a utilidade dos mesmos e seus efeitos. Por um lado, grupos de interesse, instituições e indivíduos utilizam a história e as narrativas historiográficas para a produção e representação de um imaginário social que atende aos desejos e vontades de públicos específicos. Por outro, professores e historiadores, comprometidos com a ciência histórica, fundamentam o ensino e a pesquisa nos “problemas práticos da vida” como condição para “orientar a vida dentro da estrutura do tempo” [RÜSEN, 2006, p. 8; p. 15].

 

Nesta discussão, cada público possui um tipo consciência histórica, sendo distinta a adequação da memória coletiva aos desejos e vontades identitárias. Evidentemente, a consciência histórica não é fixa ou homogênea, dada que a mesma se constitui na tensão entre a dinâmica e a conservação da vida pública que decorre de variações e inovações, bem como de repetições e continuidades. Mas, o produto cultural produzido pelos meios de comunicação de massa, em larga medida cristaliza certas imagens por serem “produtos adaptados ao consumo das massas e que em grande medida determinam esse consumo” [ADORNO: HORKHEIMER, 1986, p. 92].

 

Tomando essas reflexões como premissas teóricas, a investigação da consciência histórica produzida nos meios de comunicação de massa aponta para uma discussão sobre os usos públicos da história no ensino de história. Neste sentido, procura-se neste ensaio compreender como a arte sequencial produz interpretações do passado recente que “orienta o passado e projeta futuros”, mas que também impulsionam “carências de orientação” [SADDI, 2012, p. 217]. Especificamente, analisa-se A sombra das torres ausentes com o objetivo de articulá-la no debate de como as mídias, em especial as vinculadas ao jornalismo, formam uma comoção pública a partir de uma versão de um evento e, a longo prazo, possibilitam a institucionalização de uma memória coletiva por meio da recordação dos fatos.

 

Desse modo, A sombra das torres ausentes configura-se como um exemplo dos usos da história na construção de uma versão hegemônica de comoção pública que influencia a capacidade de reagir com indignação ou de refletir eticamente sobre a alteridade. Contudo, a discussão almejada neste ensaio não é nova no campo da história do jornalismo, porém, inova quando refletida à luz da didática da história, em particular sobre as constituições de sentido sobre a identidade cultural. Neste caso, interpreta-se os discursos que tornam a identidade árabe idêntica ao terrorismo e suas consequências por meio dos enquadramentos narrados por Art Spiegelman, em que uma memória sensível transforma-se em um retrato político, ideologicamente direcionado a um uso da história para definir como a cidade de Nova York foi vitimada por fundamentalistas e pela ganância de políticos conservadores.

 

“Terroristas de cabeça oca” e o canto do bode

A representação gráfica em A sombra das torres ausentes desenrola-se a partir do olhar testemunhal de Art Spiegelman no momento em que “colidem História Mundial e História Pessoal”. Nesta intersecção, entre um sobrevivente e um narrador, Spiegelman testemunha os atentados contra as torres gêmeas e narra o seu “enraizamento” à um “um núcleo não desfeito no caldeirão de etnias”, bem como o “afeto pelo bairro caótico que posso sinceramente chamar de lar”. [SPIEGELMAN, 2004, s.p]. Do ponto de vista narrativo, Art Spiegelman organiza suas “experiências passadas por meio de recursos disponíveis no presente”, como explicam Marta Rovai e Ricardo Santhiago [ROVAI; SANTHIAGO, 2020, p. 31].

 

Neste sentido, o olhar testemunhal de Art Spiegelman compõe-se por outros dois, a do recém “enraizado” a cidade de Nova York e o do “pária” judeu para constituir o seu “ato de criação” autobiográfica. Ele já havia feito algo similar em outra história em quadrinhos, Maus (1991-1993), ao retratar personagens autobiográficos em um contexto dramático [MAZUR; DANNER, 2014, p. 185]. Desse modo, ao integrar a perspectiva do sobrevivente, do nova-iorquino e do judeu, Spiegelman tornou coincidente a autoria, a narração e a personagem em um episódio trágico e, assim, interpretar o 11 de setembro por meio da sátira política:

 

[SPIEGELMAN, 2004, p.2]

 

Neste enquadramento, em um torpor traumático, a personagem Art Spiegelman encontra-se entre um terrorista da Al-Qaeda e um político conservador norte-americano para criar uma justaposição entre os efeitos particulares com as causas gerais que explicam o 11 de Setembro. Neste paralelo, Spiegelman dialoga com o público-leitor, aproximando-se deste pela imaginação literária guiada pelos cartoons em sua mesa de trabalho e, igualmente, transformando-se em um. Evidentemente que a sua animalização não correspondia a uma simples infantilização. De forma análoga ao feito em Maus, Spiegelman sobrepôs “um dos piores horrores do mundo moderno com um estilo associado ao prazer da infância”, mas afastou-se da “malícia ou ironia excessiva” e representou a “coisa animal”, mantendo “proporções humanas em suas figuras” [MAZUR; DANNER, 2014, p. 185].

 

Neste entrelaçamento entre a animalização e a humanização, a perspectiva do pária dirige o enquadramento, a auto-representação de um rato-humano aproxima-se da comunidade multiétnica de Nova York, mas coloca-se distante da política. Entre a caracterização dos terroristas da Al-Qaeda e dos políticos conservadores, a personagem Art Spiegelman procura explicar os atentados. Embora o seu objetivo não fosse aumentar o coro nacionalista e islamofóbico, a interpretação de Spiegelman sobre o 11 de Setembro foi que os nova-iorquinos foram as vítimas e os culpados seriam os fundamentalistas e a direita norte-americana, conforme ele registrou em palavras:

 

“Naqueles primeiros dias depois do 11/9 me perdi construindo teorias conspiratórias sobre a cumplicidade de meu próprio governo no que acontecera, teorias que fariam o orgulho de qualquer francês. (Minha suscetibilidade à conspiração tem raízes no passado remoto, mas seu pico anterior fora atingido depois das eleições de 2000). Só voltei aos eixos quando ouvi árabes-americanos paranóides jogando toda a culpa nos judeus. Concluí que não era tão importante assim saber até que ponto exatamente meus “líderes” já estavam informados sobre os seqüestros - bastava constatar que na mesma hora eles haviam instrumentalizado o ataque para a sua própria agenda” [SPIEGELMAN, 2004, p.2].

 

Desconsiderando o preconceito contra os franceses, na conjunção entre a imagem e a fala de Art Spiegelman, do ato terrorista da Al-Qaeda e das paranóias dos ‘árabes-americanos’, não há um sentido político nessas ações, apenas a radicalidade das reivindicações. Ao destituir a política como uma das motivação, Spiegelman representa a interdependência como algo impossível e o aparecimento dos atores na cena pública como maquinações, fazendo assim um uso invertido da história, algo que fica mais claro na curta sátira abaixo:

 

[SPIEGELMAN, 2004, prancha III]

 

Se lida convencionalmente e depois de ponta cabeça, há uma pequena sátira em 12 quadros de dois personagens, Lovekins e Muffaroo, que partem para um palácio encantado e deparam-se com um gênio que os alerta sobre dois armários. Ao abrirem o primeiro saem fadas e a história parece encontrar um desfecho: “As fadas voltam para dentro do armário e Muffaroo fecha a porta. ‘O que será que tem no outro?’, Lovekins pergunta. ‘Ah, isso nunca saberemos!’, responde o velho Muffaroo”. Mas, ao continuar a leitura, só que de ponta cabeça, a sátira continua. Eles, ao abrirem a porta proibida, são cercados por uma horda de duendes que ‘lança-os para cima e de um lado para o outro’. Logo depois, um imenso touro joga os dois para longe. No último quadro, o narrador diz: “‘mais assustados que feridos’ e um deles decide ‘nunca mais ceder à vã curiosidade’”. A metáfora não poderia ser mais clara: para explicar os atentados do 11 de setembro deve-se percorrer e repetir a mesma história em uma continuidade que depende da inversão do ponto de vista para ser compreendida em sua totalidade.

Interpreta-se que o uso da história feita por Art Spiegelman reside nessa pequena fábula que exige do leitor uma mudança de perspectiva para a compreensão da frase “o céu está caindo” e da comoção esperada nessas páginas:

[SPIEGELMAN, 2004, p. 9]

 

Por um lado, a comoção representada em cada quadro evoca um sentimento de compaixão, sendo um elemento importante para a formação de uma consciência ética. Mas por outro, a compaixão é sustentada por imagens estereotipadas dos árabes transformando-se em um uso político. Se um dos objetivos de À sombra das torres ausentes foi o afastamento da política, os usos políticos das representações gráficas apontam para outra direção, nessas páginas os terroristas se associam aos animais em tudo que ameaça a comunidade multiétnica, mas, curiosamente, suas ações não são sustentadas por instituições políticas como o exército ou um Estado-nação. Conforme visto até aqui, os terroristas são indivíduos paranóicos e de “cabeça oca”, como um bode com turbante [SPIEGELMAN, 2004, p. 9]:

 

 [SPIEGELMAN, 2004, p. 8]

 

De modo contraditório, a sátira política de Art Spiegelman foi ao encontro da versão oficial e da mídia comprometida com o Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Embora crítico da junta Cheney-Bush e dos grupos de interesse conversadores, infelizmente, os efeitos de comoção de À sombra das torres ausentes foi ambíguo. Ao mesmo tempo que narra uma tragédia humanitária, reforça uma política racista contra os árabes, na definição, mesmo que satírica, de um sujeito que está sempre fora de uma comunidade, não como um pária, mas de alguém que traz somente o terror como um bode enfurecido.

 

Entretanto, Mohammed Atta não era um ‘terrorista de cabeça oca’ ou um ‘bode’, segundo narra o crítico literário e ensaísta Gore Vidal, ele estava no comando dos 19 homens que sequestraram os quatro aviões em 11 de Setembro. Morreu na colisão com a primeira torre. Contudo, dias antes do atentado, Atta havia recebido 100.000 dólares do general Mahmoud Ahmed, chefe do Inter Services Intelligence (ISI) - a agência de espionagem paquistanesa. A ISI, a partir de 1979, começou a receber apoio financeiro, logístico e treinamento de outra agência de espiões, a CIA dos Estados Unidos, que financiou uma contra-ofensiva à invasão do Afeganistão pelos soviéticos. Entre 1982 e 1992 mais de cem mil estrangeiros foram treinados pela CIA por intermédio da ISI. Mas, em 1988, Osama Bin Laden criou a Al Qaeda (A Base), “um conglomerado de células terroristas islâmicas quase independentes, espalhadas em pelo menos 26 países” [VIDAL, 2003, p. 74].

 

“Washington fechou os olhos para a Al Qaeda”, relata Gore Vidal, assim como, para a presença de Mahmoud Ahmed no dia 10 de setembro na capital dos Estados Unidos [VIDAL, 2003, p. 74]. Em 11 de Setembro, pela televisão foi possível ver o presidente dos Estados Unidos, George Bush lendo um livro cercado por crianças de uma escola primária na Flórida. Segundo ainda segundo Vidal, eles conversavam sobre um bode encontrado em um livro. Etimologicamente, a palavra “tragédia” vem de dois radicais gregos: “tragos” e “oide”, respectivamente conotam “bode” e “oide” e “canto”, juntas “tragoidia”, significam o “canto do bode” [VIDAL, 2003, p. 76]. Essa conjunção explica-se pelos sacrifícios dados a Dionísio durante a peça teatral, assim que um bode era sacrificado o coro cantava.

 

Contemporaneamente, Gore Vidal significou esse canto através dessas palavras: “é bastante cabível um lamento como esse, cantando em sátiras antigas, ter sido ouvido novamente no momento exato em que fomos atingidos pelo fogo no céu, e teve início para nós uma tragédia cujo fim nossa vista não alcança” [VIDAL, 2003, p. 76]. Algumas coincidências demonstram como a sátira é importante como um recurso estilístico e, igualmente, como uma opção política, por apresentar de forma sutil o que não se pode narrar ou mesmo se afastar do sátiro:

 [SPIEGELMAN, 2004, p. 8]

 

Considerações finais

Em larga medida, o enquadramento feito em À sombra das torres ausentes contribui para a constituição da consciência histórica em um contexto político específico. Como se viu, das memórias traumáticas à produção de uma sátira política, este HQ se caracteriza por um uso da história que organiza uma memória, mas, paralelamente, reforça um estereótipo racista. Sendo uma interpretação, esta demonstra uma perspectiva que deve ser historicizada de modo a destacar as relações de poder e as estratégias discursivas que circundam um evento histórico. Neste sentido, uma reflexão voltada ao ensino de história deve, sobretudo, historicizar as diferenças para uma aprendizagem em que os alunos(as) identifiquem que o passado está inscrito no presente, seja em sua continuidade ou nos usos das histórias.

 

Da tragédia a sátira, À sombra das torres ausentes representa uma interpretação possível sobre o 11 de Setembro que busca, sobretudo, narrar um “sentimento de deslocamento” que derivam “da ausência de protesto contra ultrajes enquanto eles estavam sendo cometidos”. Mas, infelizmente, como o próprio Art Spiegelman comenta, “o que antes era impronunciável começa agora a ser publicado fora da imprensa alternativa marginalizada e dos programas cômicos da madrugada na tevê a cabo. No outono de 2003, o New York Times publicou o meu perfil na seção de Artes, incluindo a famosa prancha em que apareço sentido-me ‘aterrorizado’ pela Al-Qaeda e por meu próprio governo, prancha que dois anos antes provocara tremores explícitos em alguns editores” [SPIEGELMAN, 2004, s.p.].

 

Entretanto, o que essa sátira não aduz foram os efeitos da tragédia. Em 2004, na prisão de Abu Ghraib, em Bagdá, no Iraque, um conjunto de fotos foi vazado na internet sobre a tortura e o abuso sexual de prisioneiros, acusados indiscriminadamente de terrorismo. Veiculadas como risíveis e consideradas pelo governo dos Estados Unidos como casos isolados por Donald Rumsfeld, o Secretário de Defesa, que antes de fazer uma retratação pública sobre o ocorrido, disse que estás “nos definiam como americanos” [BUTLER, 2015, p. 111]. Apesar da declaração e das condenações de militares, não foi revertida a política concentracionária e as condições de milhares de presos. O que nos leva a uma última pergunta: quais vidas podem ser narradas após o 11 de setembro?

 

Em 2007, um outro caso de tortura foi gravado em copos descartavéis e entregues a advogados na prisão de Guantanamo em Cuba, Abdurraheem Aamer um prisioneiro escreveu:

 

Paz, eles dizem.

Paz de espírito?

Paz na Terra?

Paz de que tipo?

 

Eu os vejo falando, discutindo, brigando…

Que tipo de paz eles estão buscando?

Por que eles matam? O que estão planejando?

 

É apenas conversa? Por que discutem?

Matar é tão simples assim? É esse o plano deles?

 

Claro que sim!

Eles conversam, eles discutem, eles matam -

Eles lutam pela paz

[AAMER. apud. BUTLER, 2015, p. 90]

 

“Nossa capacidade de reagir com indignação, antagonismo e crítica dependerá”, explicou Judith Butler, “em parte, de como a norma diferencial do humano é comunicada através de enquadramentos visuais e discursivos [BUTLER, 2015, p. 118]. Há dores piores do que a morte, uma delas é a tortura e esta nunca é risível.

 

Referências

Dr. Álvaro Ribeiro Regiani é professor de História das Américas e das Áfricas na Universidade Estadual de Goiás - Câmpus Nordeste.

 

ADORNO, Theodor; HORKHEIMER, Max. A indústria cultural: o esclarecimento como mistificação das massas. In. COHN, Gabriel (Org.). Theodor W. Adorno. São Paulo: Editora Ática, 1986.

BUTLER, Judith. Quadros de guerra: Quando a vida é passível de luto? Tradução de Sérgio Tadeu de Niemeyer Lamarão e Arnaldo Marques da Cunha. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 2015.

 

MAZUR, Dan; DANNER, Alexander. Quadrinhos: História moderna de uma arte global. De 1968 até os dias de hoje. Tradução Marilena Moraes. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2014.

 

ROVAI, Marta Gouveia de Oliveira; SANTHIAGO, Ricardo. Educação em direitos humanos & Narrativas biográficas. Santo André, SP: Universidade Federal do ABC, 2020.

 

RÜSEN, Jörn. Didática da História: passado, presente e perspectivas a partir do caso alemão. Práxis educativa, Julho-dezembro, ano/vol 1,número 002. Universidade Estadual de Ponta Grossa, Brasil, 2006.

 

SADDI, Rafael O parafuso da didática da história: o objeto de pesquisa e o campo de investigação de uma didática da história ampliada. Acta Scientiarum. Education, vol. 34, núm. 2, julio-diciembre, 2012, pp. 211-220.

 

SPIEGELMAN, Art. À sombra das torres ausentes. Tradução de Antonio de Macedo Soares. São Paulo: Cia das Letras, 2004.

 

VIDAL, Gore. Sonhando a guerra: sangue por petróleo e a Junta Cheney-Bush. Tradução de Ricardo Silveira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2003.

2 comentários:

  1. Oi Prof. Álvaro, gostei muito do seu texto. Vc acredita que, apesar do reforço no processo constitutivo de sentido feito por SPIEGELMAN de um discurso racista, o quadrinho escrito por ele poderia ser pensado em atividades voltadas para a constituição genética de sentido pensada por Rüsen? Assim extrapolando o sentido inicial que fica bem claro em sua análise?
    Atenciosamente,
    Janaina de Paula do Espírito Santo.

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    1. Olá Janaína, obrigado pela leitura e pela resposta! Nos termos propostos por Jörn Rüsen a constituição de um sentido tem sua origem em uma crise, como foi o caso da HQ em questão. Contudo, Art Spiegelman continuou orientando-se por sua cultura histórica e, embora, utilize de uma análise crítica [sátira] para a criação de sua estória, ele não conseguiu transcende--la. Uma constituição de sentido humanista para uma orientação histórica deve pressupor uma compreensão de princípios universais.
      Álvaro Ribeiro Regiani
      Álvaro Ribeiro Regiani

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