A PARATOPIA CRIADORA NO DRAMA BL HAPPY ENDING ROMANCE, por Vitória Ferreira Doretto e Júlio Cézar de Souza

 

Tema dos temas em diversos campos do saber [Salgado, 2020], inclusive (ou talvez, principalmente) quando tratamos de questões editoriais, a autoria não poderia não ser problematizada em um K-drama com um recorte singular do funcionamento do mercado editorial como pano de fundo. Desta forma, neste texto propomos tecer uma breve análise sobre a autoria dos personagens Cha Jung Woo e Kim Jung Hyun, dois dos personagens principais no K-drama de boys love (BL) “Happy Ending Romance” (no original, 펜스 밖은 해피엔딩 e em tradução livre, Romance com Final Feliz), a partir do conceito de paratopia criadora [Maingueneau, 2006].

 

Com oito episódios exibidos entre novembro e dezembro de 2022, “Happy Ending Romance” traz a história de Cha Jung Woo (interpretado por Karam), um escritor que, após denunciar a corrupção de um autor já antigo na indústria do livro, vê sua carreira promissora ser pulverizada por comentários de leitores e grandes esforços da rede de influência desse escritor poderoso. Sua vida como escritor parecia estar encerrada, mas seu veterano Kim Jung Hyun (interpretado por Leo, do grupo de K-pop VIXX) lhe apoia e assim nasce não só um romance mais complexo entre os dois (em que um é dependente do outro em níveis diferentes), mas também uma vida nova para Cha Jung Woo, agora como escritor-fantasma. 

 

Sua sinopse ainda traz algumas outras informações:

 

“Cha Jung Woo poderia ter um futuro brilhante como escritor, se tivesse conseguido ficar em silêncio depois de testemunhar a corrupção entre seus superiores. Infelizmente, ao optar por falar contra o comportamento inescrupuloso, Jung Woo essencialmente encerrou sua carreira antes mesmo de começar. Pelo menos é assim que as coisas teriam acontecido, se Kim Jung Hyun não tivesse escolhido ficar ao lado dele.

 

Uma das estrelas mais brilhantes do mundo literário, Jung Hyun não se assusta com a reputação manchada de Jung Woo e oferece a ele um refúgio para reconsiderar seu futuro. Fortemente protetor de seu jovem amigo, Jung Hyun fica mais do que um pouco cauteloso quando Jung Woo é abordado pelo jovem editor empreendedor, Han Tae Young. Acreditando firmemente que Jung Woo deve voltar a escrever, Tae Young está preparado para arriscar seu futuro ao fazer isso, e faz a Jung Woo uma oferta que ele não pode recusar. Mas Jung Hyun não está convencido de que os motivos de Tae Young sejam totalmente nobres.

 

Alimentado pelo ciúme e desconfiança, Jung Hyun tenta manter Jung Woo longe do ambicioso editor; mas apesar de todos os seus esforços, Jung Woo parece incapaz de resistir aos muitos encantos de Tae Young. Dividido entre o escritor que ele admira e o editor que ele não consegue resistir, onde o coração vacilante de Jung Woo irá parar?” [MyDramaList, 2022]

 

Como indicado na sinopse, há dois autores em situações diferentes no drama. No movimento de sair dos holofotes e desenvolver uma autoria anônima, com o trabalho como escritor fantasma, as instâncias de autoria constitutivas da paratopia criadora do protagonista Cha Jung Woo mudam e ao mesmo tempo, a situação de Kim Jung Hyun como autor também é modificada quando sua popularidade amplia com as publicações das obras de Cha Jung Woo em seu nome — e são estas mudanças o foco deste texto.

 

De partida, é necessário entender que a autoria é um lugar de pertencimento impossível, uma vez que “a existência social da literatura supõe ao mesmo tempo a impossibilidade de ela se fechar em si mesma e a de se confundir com a sociedade ‘comum’, a necessidade  de  jogar  com esse  meio-termo  e  em  seu âmbito” [Maingueneau, 2006, p. 92] e “para produzir enunciados reconhecidos como literários, é preciso  apresentar-se como  escritor,  definir-se  com relação  às  representações  e  aos comportamentos associados  a  essa  condição” [Maingueneau, 2006, p. 89]. Assim, apenas podemos falar em paratopia se ela estiver inserida em um processo de criação (por isso, criadora) e envolve o pertencimento e o não pertencimento verdadeiro do escritor em um lugar (a sociedade e o campo/espaço literário), numa relação de negociação entre escritor e obra, escritor e sociedade e obra e sociedade. Desta forma, Maingueneau propõe que, ao pensarmos na figura de um autor, pensemos também nas unidades que o compõem, como seus aspectos pessoais, inscricionais  e  ligados  ao reconhecimento  social  do pertencimento à instituição literária — a essas unidades chamamos de instâncias, denominadas pessoa, inscritor e escritor

 

Nessas instâncias estão contidas as características pessoais, sociais e inscricionais de uma autoria. Assim, a instância inscritor se refere ao sujeito  da enunciação, abarcando os ritos inscricionais, os atos realizados pelo autor para produzir sua obra e seus comportamentos não escriturísticos. A instância pessoa se refere ao indivíduo no mundo, com estado civil, partícipe de um grupo social, de uma família etc. E a instância escritor se refere ao ator que define sua trajetória na instituição literária, ao modo de circulação de sua obra.

 

Em resumo, a paratopia criadora é uma proposta de entendimento do funcionamento da autoria no discurso literário, formulada por Dominique Maingueneau [2006] e tributária das clássicas discussões sobre autoria na análise do discurso, em especial da noção de função-autor. Este conceito pressupõe que há o entrelaçamento de três instâncias indissolúveis que constituem a autoria: pessoa, escritor e inscritor. Uma autoria é então uma forma de gestão, um funcionamento que pode também ser ficcional — e por isso podemos tratar da autoria dos protagonistas de “Happy Ending Romance”.

 

Aliado a esse entendimento de autoria como gestão, na perspectiva dos estudos editoriais:

 

“toda autoria se define balizada por duas posições que, extremadas, assim se apresentam: a glamourização de um gênio absoluto e a dissolução de qualquer fonte criadora. No primeiro caso, cultiva-se a ideia da inspiração dos eleitos; no segundo, o trabalho dos comuns. Nas práticas editoriais, o que se passa é a administração do jogo entre essas posições: a autoria é um ponto nodal numa rede.” [Salgado, 2020, p. 40]

 

Assim, uma obra é feita por muitos atores dentro de um longo processo e a autoria está no início dessa feitura. E, ainda, todo autor precisa responder por o que escreve, pois:

 

“a autoria está sempre ligada a uma autorização para dizer, conferida pela possibilidade de atestar a fonte do dizer. A legitimidade do que se diz está, assim, atrelada a um entendimento consensuado numa dada comunidade ou sociedade (a escala de reconhecimento é variável), conforme suas formas de testificação ou seus sistemas de consagração.” [Salgado, 2020, p. 40]

 

Ao voltarmos ao drama e seus protagonistas, podemos dizer que é a denúncia de corrupção contra autores veteranos que faz com que a condição de autor de Cha Jung Woo seja modificada, pois sua “autorização para dizer” é colocada à prova pelos leitores e internautas — o que acaba por levá-lo de autor promissor para autor fantasma. Podemos então, começar a identificar as mudanças em suas instâncias de autoria. Para melhor visualização, representamos as instâncias e seu entrelaçamento com o nó borromeu conforme a representação proposta por Salgado [2010] (Figura 1):

 

“Pensa-se aqui numa estrutura de nó borromeu; os três anéis deste se entrelaçam de modo que, se se rompe um dos três, os dois outros se separam. É-se sempre tentado a reduzir o nó a um de seus anéis: a pessoa, para a história literária, seja ela sociologizante ou psicologizante; o escritor, para as pesquisas sobre as instituições literárias; o inscritor, para os adeptos da obra ou do texto em detrimento de tudo mais.” [Maingueneau, 2006, p. 137]

 

Figura 1 – Nó borromeu representando as instâncias de autoria

Fonte: adaptado de Salgado [2010].

 

Essa representação é modificada a partir das especificidades existentes em cada caso analisado, pois a autoria vai se configurando de acordo com o funcionamento de cada uma das três instâncias, e o funcionamento  possui diferenças ligadas a cada indivíduo ou situação. Como mencionado, é no rebatimento recíproco das instâncias que se faz uma unidade autoral — os aspectos sociais, ritualísticos e pessoais que compõem a voz individualizada do autor não podem ser retiradas para que uma obra seja criada, tudo faz parte da construção do texto (em escala maior ou menor) e é retrabalhado, renegociado, afinal:

 

“A paratopia é o clinamen que torna possível o nó e que esse nó torna possível; não se trata de alguma separação ‘inaugural’ que mais tarde se desfaria  diante  da  obra,  mas  de  uma  diferença ativa, incessantemente retrabalhada, renegociada, diferença  que  o  discurso  está  fadado  tanto  a conjurar  como  a  aprofundar.” [Maingueneau, 2006, p. 137]


Se observarmos os poucos traços característicos de Cha Jung Woo como autor promissor, podemos montar uma representação (Figura 2) de suas instâncias de autoria em que a instância escritor se sobressai, porque vemos que o personagem é considerado um novo autor promissor, é contratado por uma grande editora, teve bons resultados de venda de seu primeiro livro, o que significa que também ocorreu uma certa circulação de seu nome como autor, e já tinha um segundo manuscrito em processo de edição. Neste contexto, as instâncias pessoa e inscritor são menores também porque pouco se sabe sobre seus costumes e práticas de escrita e suas relações sociais — apenas sabemos sobre seu senso de justiça e moral porque a história já começa com o protagonista sofrendo as consequências de ter denunciado o veterano, o que torna sua instância pessoa um pouco maior que a instância inscritor.

 

Figura 2 – Instâncias de autoria de Cha Jung Woo como autor promissor

Fonte: Elaborado pelos autores.

 

Temos outra configuração na representação do borromeu quando identificamos os aspectos constituintes do personagem enquanto autor-fantasma. Nesta situação, suas instâncias inscritor e pessoa são maiores do que a instância escritor (Figura 3) porque são justamente os ritos inscricionais e seus aspectos pessoais que ficam em relevo. Enquanto autor-fantasma, vemos sua rotina de escrita — sempre sentado em uma cadeira simples, usando uma mesa simples num canto de um quarto pequeno no térreo da casa de Kim Jung Hyun, seu amigo e antigo interesse romântico, usando qualquer horário do dia para escrever, mas principalmente à noite — e suas relações pessoais, seus sentimentos (ele ficou abatido, triste e desmotivado por escrever mas não publicar com seu próprio nome); como o que ele escreve é publicado com o nome de Kim Jung Hyun (e é ele quem vai aos lançamentos e sessões de autógrafos) e ele não tem mais propriamente uma vida na instituição literária, sua instância escritor é menor.

 

Figura 3 – Instâncias de autoria de Cha Jung Woo como autor-fantasma

Fonte: Elaborado pelos autores.

 

Quanto a Kim Jung Hyun, no começo da história temos uma ideia geral de que sua carreira está consolidada e que além de ter popularidade com os leitores, também é bem conhecido e reconhecido por seus pares no meio literário e goza de boa reputação e muitos contatos na indústria literária. Da mesma forma, enquanto as obras de Cha Jung Woo eram publicadas com seu nome na capa e era ele quem aparecia nos eventos de lançamento e autógrafo, sua popularidade aumentou e sua autoridade como escritor também. Sendo assim, na representação de suas instâncias de autoria (Figura 4), a instância escritor se sobressai. As instâncias inscritor e pessoa não são abordadas nessa ocasião, de forma que suas representações são menores em relação à representação de escritor e são do mesmo tamanho.

 

Ainda sobre o nome de Kim Jung Hyun em obras de Cha Jung Woo, é interessante notar que depois da primeira obra publicada a popularidade de Kim Jung Hyun aumenta, mas o editor que deseja publicar as histórias de Jung Woo consegue observar, ao "estudar" o texto, diferenças de escrita. Essa é uma das poucas, senão a única, indicações sobre o “fazer do texto” para este autor, pois mostra que as marcas de estilo de escrita, mesmo sendo tratadas ou revisadas, se mantém em uma "versão final" (e neste caso apontaram para Cha Jung Woo e não Kim Jung Hyun).

 

Figura 4 – Instâncias de autoria de uma estrela brilhante do mundo literário

Fonte: Elaborado pelos autores.

 

Aqui é interessante notar que vimos a instância escritor ser proeminente na representação de autor promissor de Cha Jung Woo (Figura 2) justamente pelo personagem ter perspectivas que parecem ser boas, mas no caso de Kim Jung Hyun (Figura 4), ele já tem uma vida literária, já é um ator importante na indústria — já é considerado uma das estrelas mais brilhantes do mundo literário —, de forma que são duas representações parecidas, mas são duas situações quase opostas.

 

Depois de Cha Jung Woo decidir voltar a escrever e publicar com seu próprio nome e de Kim Jung Hyun decidir recomeçar sua carreira, sem precisar do peso de ter seu nome em obras que não são suas, e vendo suas relações pessoais com o próprio Cha Jung Woo e com um professor importante da universidade em que estudou que se torna editor de uma grande casa publicadora, suas instâncias são modificadas.


No fim do drama, sua reputação como autor não mudou, de forma que sua instância escritor ainda é proeminente, mas sua instância pessoa ganha mais espaço, com suas relações e características de personalidade (como o desconforto por ter seu nome publicado nos livros de Cha Jung Woo ou a falta de outros amigos próximos) — entretanto, sua instância inscritor segue menor em relação às outras instâncias pela falta de informações sobre seus ritos de escrita.

 



Figura 5 – Instâncias de autoria de Kim Jung Hyun no final do drama

Fonte: Elaborado pelos autores.

 

Essas representações nos ajudam ver como as autorias se configuram conforme cada uma das instâncias funcionam e:

 

“Numa síntese bastante ligeira, se poderia dizer que o gesto inscricional, isto é, a tomada de palavra ou a enunciação, se se quiser, dispara a conjugação dessas três instâncias: justamente porque há um texto ensejando vida pública, é que todo o aparato de constituição desse lugar de criação ganha uma vida potencial, que pulsará em dinâmicas conjunturais específicas e, portanto, nunca modelarmente.” [Salgado, 2016, p. 10]

 

Com isso, queremos dizer que uma autoria é formada não apenas por uma ideia de um “gênio escritor”, mas por diversos aspectos que se convergem num objeto final (as obras) e:

 

“a perspectiva editorial nos leva a entender a autoria como transitiva, isto é, exigente de complemento que lhe dê sentido, sendo esse complemento o que demanda administração. Pode-se dizer, então, que a gestão da obra aponta para a autoria, configurando-a. Ser autor de x implica que x resulta de todo um processo levado a cabo pelo funcionamento sistêmico de um campo, de um entrecampo, de um limiar… Conhecendo x, podemos entender como uma dada autoria se produz, às vezes até apagando seu processo de produção. Conhecendo x, entendemos de que modo uma obra dá sustentação a uma autoria e a projeta (ou procura projetar) para este ou aquele panteão” [Salgado, 2020, p. 43-44]

 

Mesmo que tenhamos tratado de autorias ficcionais, os movimentos mostrados são possíveis (e até mesmo comuns) em autorias reais e sua representação ficcional é um recurso interessante para ampliar o conhecimento do público geral sobre o funcionamento do mundo literário.

 

Ainda, é importante ressaltar que, ainda que seja uma obra audiovisual de ficção, “Happy Ending Romance” propõe uma construção de enredo e ambientação próxima, mimética, da realidade das casas editoriais sul-coreanas. Desta forma, apesar de ficcional, usá-la como recorte para análise da gestão de autoria transpassado por relações de poder, seja de conglomerados ou da opinião pública, nos permite, ao menos, compreender as dinâmicas e observar as modificações nas instâncias da autoria. Ficcionais ou reais, estas dinâmicas de autoria se estabelecem da mesma forma.

 

Dentro do estudo de caso, é preciso considerar as especificidades socioculturais do recorte analisado. Assim, aqui ainda é necessário atentar para a força da opinião pública, majoritariamente on-line, e seu peso nas decisões — de renovação ou não de contrato, de publicação ou não de novo material, entre outros — dos grandes conglomerados editoriais. Estas, por mais que não pareçam, influem diretamente na gestão da autoria, como observamos nas breves análises apresentadas, pois interferem na própria vida do autor — por exemplo, lembramos que no caso de Cha Jung Woo, sua decisão de “sair de cena” do mundo literário se dá após o ataque que sua pessoa, enquanto ser civil, sofre e que destrói sua credibilidade como autor e o interesse de seu editor em continuar publicando obras com seu nome (e é isso que faz com que vejamos mudanças na constituição de sua autoria). 

 

Por mais que não apareça de forma alguma, o escritor-fantasma (Cha Jung Woo) possui uma gestão de autoria que difere de autores que publicam seus próprios textos sob pseudônimos. Com os segundos, a pessoa que escreve e publica se mantém a mesma, o que não ocorre no primeiro caso. Neste caso, o autor, Kim Jung Hyun, que não é o escritor neste momento da narrativa, mas assina os textos de Cha Jung Woo, possui uma gestão de autoria mais focada na sua gestão enquanto partícipe ativo do mundo literário. Por fim, este recorte nos permite compreender como a paratopia criadora é constituída no “nome final”, ou melhor, o nome que assina o texto.

 

Referências

Ma. Vitória Ferreira Doretto é doutoranda e mestra em Estudos de Literatura pela Universidade Federal de São Carlos, integrante do Grupo de Pesquisa COMUNICA - inscrições linguísticas na comunicação, do Laboratório de Escritas Profissionais e Processos de Edição e pesquisadora associada à Curadoria de Estudos Coreanos da Coordenadoria de Estudos da Ásia da Universidade Federal de Pernambuco. E-mail: vitoriaferreirad23@gmail.com.

Júlio Cézar de Souza é graduando em Licenciatura plena em Letras - Português/Inglês pela pela Universidade Federal de São Carlos, integrante do Grupo de Pesquisa COMUNICA - inscrições linguísticas na comunicação, do Laboratório de Escritas Profissionais e Processos de Edição. E-mail: cezar.julio.a@gmail.com.

 

MAINGUENEAU, Dominique. Discurso Literário. São Paulo: Contexto, 2006.

 

MYDRAMALIST. Happy Ending Romance, 2022. Disponível em: https://mydramalist.com/720645-happy-ending-outside-the-fence

SALGADO,  Luciana  Salazar.  Escritura  e  leitura, elementos  da  autoria.  In:  RIBEIRO,  Ana  Elisa et al. (Org). Leitura e escrita em movimento.  São  Paulo: Peirópolis, 2010. p. 252-268.

 

SALGADO, Luciana Salazar. Grupo de pesquisa “Comunica – Inscrições linguísticas na comunicação”: Um trabalho no limiar. In: Anais JIG, 2016. Disponível em: http://www.jig.ufscar.br/?wpfb_dl=33

 

SALGADO, Luciana Salazar. Autoria. In: RIBEIRO, Ana Elisa; CABRAL, Cléber Araújo (Org.). Tarefas da Edição. Belo Horizonte: Impressões de Minas; LED, 2020. Disponível em: http://www.letras.bh.cefetmg.br/wp-content/uploads/sites/193/2019/10/Tarefas-da-Edic%CC%A7a%CC%83o-arquivo-digital-07-10-20.pdf

2 comentários:

  1. Parabéns Vitória e Júlio pelo texto, muito bem embasado e aplicado ao estudo de caso. É muito prazeroso ver a produção audiovisual sul-coreana sendo tomada como objeto de uma reflexão acerca de questões pertinentes à literatura e à editoração. Acho que é uma adição muito válida à literatura existente sobre produção audiovisual asiática como um todo, e de certa forma, sai um pouco das caixinhas construídas para o tratamento desse tipo de objeto.

    Fiquei me perguntando sobre o conceito de paratropia e a aplicação dele num cenário real. No texto toda caracterização das instâncias é feita mediante as informações que a narrativa do drama fornece. Ao tratar de uma autoria que não é fictícia, que informações podem ser utilizadas para alimentar esse estudo? Como ter acesso, por exemplo, de aspectos da vida pessoal dos autores?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Julio Cezar de Souza9 de agosto de 2023 às 18:50

      Olá, Alexsandro

      Ficamos felizes que você tenha gostado do texto e que ele tenha sido agregador para ti.
      Respondendo suas perguntas, é um trabalho de procurar vestígios, rastros… com relação à vida pessoal dos autores é possível coletar dados através de entrevistas, biografias ou exposição/divulgação feitas nas mídias sociais do autor - se são ligadas a sua vida pessoal ou não, ambas revelam dados para análise. Neste tempo de produção massiva para redes sociais o que não falta é material, hahahaha. Como já mencionado, se as publicações, por qualquer uma das alternativas supracitadas, não remeterem de forma alguma a vida pessoal, então essa instância, na representação com o nó, fica menor, assim como no caso da instância escritor, caso não haja informações sobre seus processos de escrita.
      Caso você se interesse, publicamos um artigo aqui no SimpOriente em outubro do ano passado que estuda, nesta mesma temática, dois autores não fictícios que pode te ajudar a elucidar melhor este conceito. O título é “Paratopia criadora e webtoons: os casos de ‘true beauty’ e ‘from a distance, a green spring’” disponível no livro do evento. (Link: https://drive.google.com/file/d/1l8jAEyPIwybjQRDxnEDLsZtzvB1hLLDL/view).

      Obrigada,
      Vitória Ferreira Doretto e Júlio Cézar de Souza

      Excluir

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.