A INFLUÊNCIA DOS MANGÁS E ANIMES NO UNIVERSO JUVENIL BRASILEIRO DE LEITURA, por Wagner Pereira de Souza e Rosete Lopes França Maciel

  

Discussão inicial

Os Mangás são escritos de origem japonesa que se assemelham às Histórias em Quadrinhos (HQs). Segundo definições, essa representação é considerada como uma subliteratura ou para-literatura que não chega a constituir totalmente um "gênero textual" propriamente dito em virtude da pluralidade de transfiguração dentro de outros gêneros, tanto possível quanto imagináveis, a exemplo da comédia, do terror, do drama, a ficção científica, entre outros, mas que fidelizou o gosto de muitos jovens brasileiros que se tornaram potenciais consumidores desse produto oriundo deste país asiático, o Japão. Configurado e organizado com características acessíveis, nos mangás a leitura é realizada da direita para a esquerda e traços comuns nessa produção são os de os personagens de olhos grandes, às vezes, bochechas avantajadas e com traços voltados para a expressão oriental.

 

Segundo um estudioso do assunto,

 

“Os mangás, por sua vez, são histórias em quadrinhos nipônicas. Eles também são repletos de características próprias, sendo eles, em sua grande maioria, pintados com nanquim em preto e branco e impressos em papel jornal. Mesmo não sendo uma animação, seus quadros sequenciais são repletos de movimentações e onomatopeias, se comparados ao estilo americano.” [Santoni, 2017, p. 11] Nesse sentido, observa-se que a acessibilidade à leitura desse material é um fator que favorece a sua procura e também por se apresentar num formato que fideliza o gosto dos leitores, inclusive os jovens e adolescentes. Desse contexto depreende-se que por esse motivo essa produção se torna tão lida entre a juventude.

 

Acrescido a essa questão, faz-se importante observar que, uma vez imergido nesse universo, por menos que pareça, há também um processo de modificação da realidade produzida por meio dessa leitura em diversos pontos da vida desses leitores cumprindo assim o papel da literatura que é o de provocar mudanças na vida daquele que a consome. Por isso mesmo que é proeminente destacar que,

 

“Esses [re]significados transformam o modo pelo qual as pessoas enxergam o mundo a sua volta, com as mudanças atenuantes que ocorrem diariamente naquilo que as cercam e/ou nelas mesmas. Tais mudanças ocorrem constantemente na vida das pessoas à medida que passam a conhecer novos elementos e interagem com pessoas diferentes, seja na escola, no trabalho ou na internet, essas relações descontroem certas ideias pré-estabelecidas e assim, surgem novas percepções de mundo.” [Santoni, 2017, p. 20]

 

Do mesmo modo, faz parte desse universo também outras contribuições que, talvez mesmo de forma implícita fideliza a mente do leitor por aspectos da vida real como “(...) a influência moral e ética que é passada para o público, pois a maioria destes produtos possuem em seu enredo, mensagens repletas de bons valores como amor, persistência, busca por um sonho, amor e vários outros. E mesmo os mais violentos tem alguma mensagem no contexto.” [Santos, 2020, p. 14]

 

Somado ao que já foi mencionado, destaca-se também, em relação aos Mangás, é o fato deles serem uma “literatura” de fácil leitura e que possuem uma objetividade muito grande, de certa forma, diante de um público consumista como o atual, os mangás se encaixam como uma alternativa excepcional, pois

 

“Uma das características mais importantes do mangá é a utilização da linguagem cinematográfica, a qual resulta em uma leitura mais dinâmica do material impresso e dá ritmo para a história, somando-se à preferência por enredos cujos sentimentos humanos sejam abordados de forma universal. É preciso destacar que as comparações feitas aqui correspondem a HQs e mangás mais comerciais, passíveis de até certo ponto algumas generalizações, diferenciando-se de obras mais autorais e alternativas.” [Amaral & Carlos, 2013, p. 03]

 

A força oriental do Mangá na cultura brasileira

Assim como toda escrita se pauta em estrutura específica, o Mangá também tem as suas características principais, e isso, junto ao que foi dito antes, pode ser considerada uma grande fonte geradora de consumo inclusive pelo público jovem pelo o seu dinamismo e processo estrutural. Nesse sentido,

 

“Em todos os formatos, é comum os desenhos serem monocromáticos. Na maioria dos casos é em preto e branco, embora existam títulos cujas páginas são coloridas só de rosa ou só de azul, por exemplo. Há também páginas especiais totalmente coloridas, e em papel de melhor qualidade, tratando-se de páginas iniciais do capítulo ou de bônus com desenhos que completam a página. Além disso, a ordem de leitura dos mangás segue a ordem de leitura japonesa, que para os ocidentais é ‘ao contrário’, ou seja, abre-se a revista do que para nós seria a contracapa e lê-se da direita para a esquerda, tanto a ordem dos quadros da página quanto a ordem dos balões de fala.” [Amaral & Carlos, 2013, p. 02]

 

Aprofundando essa discussão, entre tantos fenômenos citados sobre o porquê de o Mangá ter ocupado uma parcela tão grande no gosto dos leitores brasileiros, destaca-se também a similaridade de quase realidade que esses escritos carregam com consigo e nesse sentido ocorre a chamada correspondência intuitiva. Dito de outra maneira, é quando o leitor vê nos escritos possibilidades reais que se assemelham com as da realidade.

 

Diante dessa questão, constata-se que

 

“Após a leitura sobre a força que os quadrinhos japoneses possuem diante dos jovens no país, é necessário refletir sobre o aspecto principal de seu sucesso no Brasil. Podemos citar a linguagem atual e jovem, ou o estilo diferenciado no desenho, na leitura. Ou os temas abordados, políticos, sexuais, românticos, dramáticos, que abrangem o público em gostos e idades. Como hipótese, atrevo-me a ressaltar a humanidade de seus personagens, como já citado anteriormente. O fato de não serem somente super-heróis fortes, bravos, quase sem pontos fracos, aproximam o personagem de seu leitor. Que pode, por vezes, se identificar com o herói escolhido. Como um reflexo, um espelho, tendo em vista que, todo adolescente quer ser como seu herói predileto. O mangá proporciona isso. Personagens que choram, riem, comentem erros, brigam, xingam, se iludem, fazem com que essa fase de confusão, insegurança, na cabeça de um adolescente, não pareça tão assustadora, exclusiva ou errada. Mostra que todos possuem dúvidas e medo, sem deixar de ser, obviamente, forte, justo, e corajoso em alguns momentos. As meninas, que são geralmente excluídas ou objetificadas nos quadrinhos tradicionais, também possuem referencias positivas no mangá, com histórias exclusivas ou temas mais apreciados voltados paras as mesmas.” [Brasil Escola, 2018, p. 11]

 

Mangás x Animes: relação entre a leitura e animação  

Como visto acima, os Mangás têm longa tradição no Japão, o seu país de origem, além de exercer grande influência por lá. Por sua vez de acordo com [Garcia, 2022, p. 29] “Anime é o nome que se dá às animações japonesas, geralmente desenhadas à mão, e produzidas como séries”. No entanto, nem toda animação japonesa é um Anime. Neste sentido, os Animes é uma cultura asiática e principalmente uma cultura japonesa, retratando diferentes forma de ficção.

 

O Anime, traduzido literalmente como animação, segundo [Sato, 2007], apresenta duas definições distintas, uma dentro e outra fora do território japonês. Dentro do Japão, é considerado todo e qualquer tipo de desenho animado. Fora do país, essa palavra foi convencionada a caracterizar, especificamente, os desenhos animados produzidos no Japão. Majoritariamente, os Animes são baseados nas narrativas apresentadas nos mangás de sucesso no Japão. Contudo, a violência e a sensualidade encontradas nessas narrativas são minimizadas quando transpostas para o formato de animação, por ter uma  maior veiculação, dentro e fora do Japão, e ser mais atrativa para o público infantil. O anime, no seu país de origem, não é algo voltado somente para crianças.

 

Dessa forma, através do sucesso dos Mangás, alguns deles foram deportados para outro tipo de mídia, a exemplo do áudio visual, sendo o Astro Boy o primeiro Anime a ser transmitido nas televisões japonesas em 1963, baseado na obra de Osamu Tezuka, que com esse marco, essas animações começaram a ser uma forma de entretenimento frequente no Japão. Assim, com o sucesso dos Animes no Japão, os vários já escritos e animados pelos japoneses, começaram a ser comprados e transmitidos nas televisões: estadunidenses e europeias a partir do início do século XXI, iniciando a fase de ouro dos Animes. [Sato, 2007]

 

O sucesso dos Animes pode ser atribuído pela sua forte carga cultural, pois há  um fascínio pela cultura asiática, um fenômeno que pode ser percebido pelo crescimento dos Mangás, em que, cada Anime, assim como os Mangás sobre os quais são baseados, têm seu estilo, o que intensifica sua identidade e, isso os tornam mais populares. Neste contexto, observa-se que o público dessa modalidade, costuma gostar tanto dos Mangás como dos Animes, pois ambos possuem aspectos semelhantes. Como afirma [Nagado, 2007 apud Batistella, 2014, p. 96], quando explica que “a popularidade devastadora e definitiva do Anime, juntamente com o fanatismo ligado a esse suporte de leitura, permitiu a veiculação de um número cada vez maior de animações japonesas na programação das redes de televisão do mundo.” Deste modo os textos de Dragon Ball, Naruto, Dragon Ball Z, Sailor Moon, Yuyu Hakusho e Pokémon, fizeram parte dos suportes de leitura mais consumidos na década de 80 e 90.

 

Acredita-se que isso se deu, devido a veiculação dos Animes em redes de televisão sendo um fato motivador para a busca dessas narrativas em formato impresso, contribuindo assim para o fomento da prática da leitura um ato tão essencial. No Brasil, a década de 1990 é considerada um marco no mercado dos Animes, dando destaque principalmente para: Cavaleiros do Zodíaco, Sailor Moon, Dragon Ball e Pokémon, devido aos seus estilos que, graças à popularização e desenvolvimento da internet, teve espaço para a solidificação dessa cultura que permanece até os dias atuais, sendo seu consumo  mais frequente por meio de plataformas de streaming, como o Crunchyroll, que é especializado nestes Animes, e a Netflix, que vem investindo cada vez mais em conteúdo audiovisual vindo da Ásia.

 

Apesar de os Animes serem em formatos áudio visual os mesmos contribuem para o enriquecimento do repertório de leituras, imaginação e consequentemente desenvolve o aprendizado, pois, as diferentes formas de ficções trazidas no contexto, faz com que as crianças e simpatizantes desenvolvam uma personalidade criativa, na área de música e desenhos isso contribui para o desenvolvimento de habilidades essenciais.

 

Como destaca [Batistella, 2014, p. 152]

 

“Ao abarcar aspectos presentes em situações sociais em suas narrativas, o mangá e o anime contornam barreiras culturais, representam referenciais composicionais com marcas histórico-geográfica, ideológica e comportamental intertextualmente infinitas e tornam-se comunicáveis por meio de seus gêneros e subgêneros.”

 

Isso promove uma reflexão sobre a importância desse tipo de texto incluído nas diversas culturas de diferentes países, pois como descrito, contribuem para a construção de aspectos positivos no desenvolvimento humano e nas suas relações sociais.

 

De acordo com [Cândido, 1968 apud Batistella, 2014, p. 152], observa-se que,

 

 “Por meio dos processos de apreensão e de inferência da leitura defronta-se com a representação de seres humanos definidos, definitivos   e ‘integrados em um denso tecido de valores de ordem cognitiva, moral, político-social’ e  que, assim como os que visam a representar, tomam determinadas atitudes em face desses valores. Nesse identificar entre personagens, narrativa e realidade, o sujeito leitor subsisti as possibilidades humanas dificilmente propiciadas por seu desenvolver individual por elementos ficcionais descritos e ilustrados de modo a aparecer concreto e quase sensível. Logo, é no vivenciar enleado de ideais e escolhas da personagem e do sujeito leitor que há adesão afetiva e intelectual, identificação, projeção e transferência.”

 

Considerações finais

Através das pesquisas realizadas observou-se que tanto os Mangás quanto os Animes são grandes influenciadores para um grande número de leitores tanto em solo brasileiro quanto em todo o mundo. De origem asiática, os mesmos contribuíram e continuam contribuindo para que a prática leitora se torne cada dia mais constante, principalmente entre os mais jovens, tendo em vista o gosto deles por histórias de ficção dos mais variados tipos. Em especifico, os Animes, apesar de ser no formato áudio visual, contribuem para o incentivo à leitura, pois, sua vinculação em diversas plataformas, contribui para a disseminação das leituras impressas dos Mangás. Deste modo, pode-se concluir que, os Mangás e os Animes têm grande influência no universo juvenil para leituras.

 

Outrossim, essa pesquisa não teve objetivo de exaurir as discussões em torno do tema, mas sim, de debater o assunto e produzir algum material relevante sobre o tema. Sendo assim, sugere-se estudos posteriores que venham somar a este ou até mesmo que aprofunde a temática em órbita a fim de que a produção científica continue sendo um canal proficiente, articulador e verticalizador de pesquisas.

 

Referências biográficas

Wagner Pereira de Souza é professor efetivo de Língua Portuguesa da SEDUC/MT, Mestre em Letras pelo PPGLetras/UNEMAT, possui Especialização em Coordenação Pedagógica e Língua Portuguesa, Oratória e Redação, ambas pela FAEL – Faculdade Estadual da Lapa, Graduação em Letras com fulcro em Português e suas respectivas Literaturas pela UNIR – Universidade Federal de Rondônia. 

 

Rosete Lopes França Maciel é Mestranda pelo PROFEI/UNEMAT - Mestrado Profissional em Educação Inclusiva, Pós-Graduada em Alfabetização e Letramento pelo Centro Universitário Internacional - UNINTER, possui Licenciatura plena em Pedagogia pela Faculdade de Itaituba/PA, é professora concursada da SEDUC/MT, atuando nas series iniciais do Ensino Fundamental.

 

Referências Bibliográficas

AMARAL, Adriana; CARLOS, Giovana Santana. Caracterizando o “estilo mangá” no contexto brasileiro: hibridização cultural na Turma da Mônica Jovem. Vozes & Diálogos - Itajaí, v. 12, n.1, jan./jun. 2013 – disponível em: file:///C:/Users/PC/Downloads/praxedes1974,+04.+Amaral.pdf – Acesso em: 11 de mai. de 2023. [Artigo]

 

BATISTELLA, Danielly. Palavras e imagens: a transposição do mangá para o anime no Brasil, 2014. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/102191/000930130.pdf?Sequence=1&isallowed=y. Acesso em: 12 de mai. de 2023. [Tese de Doutorado]

 

BRASIL ESCOLA. A utilização do mangá no âmbito da ilustração na cultura jovem brasileira, 2018. Disponível em: https://monografias.brasilescola.uol.com.br/arte-cultura/a-utilizacao-manga-no-ambito-ilustracao-na-cultura-jovem-brasileira.htm - Acesso em: 11 de mai. de 2023. [Site]

 

GARCIA, Camila. Anime: entenda o que é, conheça categorias e porque faz sucesso.Disponível em: <https://www.opovo.com.br/vidaearte/2022/06/21/anime-entenda-o-que-e-conheca-categorias-e-por-que-faz-sucesso.html>. Acesso em: 12 de mai. de 2023. [Artigo]

REVISTA MULTIDISCIPLINAR DE ESTUDOS NERDS/GEEK. Neon Genesis Evangelion e a ressignificação do tecno-orientalismo pela sociedade japonesa. Rio Grande, v. 3, n. 5, jan-jul. 2021. Disponível em: https://revistaestudosnerds.furg.br/images/v3n5/silva_et_al_2021.pdf. Acesso em: 12 de mai. de 2023. [Revista]

 

ROSA, Sara Carulina Silva da. Anime: do Japão para o mundo, 2017. Disponível em: https://wp.ufpel.edu.br/artenosul/2017/11/13/anime-do-japao-para-o-mundo/ -  Acesso: 12 de mai. de 2023. [Artigo]

 

SANTOS, Nilson. Por que mangás e animes fazem tanto sucesso? – 2020. Disponível em: https://skdesu.com/por-que-animes-fazem-tanto-sucesso/ - Acesso em: 11 de mai. de 2023. [Artigo]

 

SANTONI, Pablo Rodrigo. Animês e Mangás: a identidade dos adolescentes, 2017. Disponível em:  https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/24480/1/2017_PabloRodrigoSantoni.pdf - Acesso em: 11 de mai. de 2023. [Revista]

 

SATO, C. A. Japop. O poder da cultura pop japonesa. São Paulo: NSP-Hakkosha, 2007. [Livro]

8 comentários:

  1. Olá, Wagner e Rosete.
    Parabéns pelo texto, interessante ponto de vista e leitura fluída.
    Vocês durante a escrita do texto utilizaram uma citação de Santoni [2017, p.11], em que ele afirma que os mangás
    possuem características próprias como as movimentações e o uso de onomatopeias, se comparados aos estilo
    americano das histórias em quadrinhos. Será que são estas singularidades citadas pelo autor e outras até que vocês
    usam como exemplo no artigo [utilização de personagens da vida real, em oposição aos HQs que permeiam o mundo
    dos super heróis] que podem ser a chave do sucesso desse material fora do eixo de produção asiático?
    Espero ter contribuído.
    Obrigado.
    Junior Pleis.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Prezado, Sr. Junior, agradecemos a vossa participação e comentário sobre o nosso texto e dizer que ficamos felizes em poder lhe recepcionar em nossa produção!
      Os Mangás possuem muitas particularidades que os tornam material de sucesso tanto dentro quanto fora do contexto asiático. Entre as pluralidades, destaca-se também, o fato da facilidade e fluidez da leitura e também as aventuras e as angústias do público jovem conjugadas às que o senhor cita, fazem desses escritos paraliterários um dos grandes gostos principalmente os dos mais jovens.

      Wagner Pereira de Souza x Rosete França Maciel.

      Excluir
  2. Prezados Wagner Pereira de Souza e Rosete França Maciel,

    Inicio parabenizando o esforço de análise em busca de compreender as dimensões de impacto dos mangás e animes na cultura juvenil brasileira. As evidências trabalhadas remontam a uma leitura de constatação quase que empírica para aqueles que, como eu, nasceram entre o final dos anos 1990 e o início dos anos 2000.
    Fica claro na leitura os motivos materiais pelos quais os mangás e animes conseguiram circular tão facilmente entre os jovens brasileiros. Entretanto, será possível expandir o escopo de análise das razões subjetivas que contribuíram para a disseminação de tais gêneros? Digo, para além de entendermos os temas dos animes e mangás como de fácil identificação entre os jovens, em que grau podemos pensar em um “plano” de expansão cultural nipônica para o Ocidente, em termos de softpower?
    Se tal reflexão for possível, conseguimos conceber os impactos e movimentos de uma juventude mais conectada aos folclores e culturas japonesas (lê-se figuras altamente difundidas nos mangás e animes como os yokais ou deuses como Izanagi e Amaterasu, por exemplo) do que com as de seu país de origem?

    Att,

    Alexandre Cabús Moreth Silva.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Prezado, Sr. Alexandre Cabús, agradecemos sua contribuição com o nosso texto.
      Em respostas aos seus questionamentos, sim, é possível expandir as análises que contribuem para a disseminação de tais gêneros numa expansão nipônica para o Ocidente em termos de soft power, como melhorando a disponibilidade de acessso em plataformas de streaming e serviços de assinatura ocidentais para torná-los facilmente acessíveis a um público maior; Localização e dublagem de qualidade, isso ajudaria a atrair um público mais amplo que não está acostumado a assistir em versões originais; Parcerias com empresas ocidentais; Promoção em eventos e convenções onde os animes e mangás possam ser promovidos de maneira abrangente; Criação de conteúdo original para o Ocidente ou seja, criar animes e mangás com histórias e temas que ressoem com o público ocidental, utilizando elementos que já são populares no ocidente, como super-heróis ou temáticas de fantasia. Contudo, é importante ressaltar que a expansão cultural nipônica sobre os animes e mangás para o Ocidente deve ser feita de forma respeitosa e autêntica, respeitando a cultura e as origens japonesas

      Wagner Pereira de Souza x Rosete Lopes França Maciel

      Excluir
  3. Olá. Muito bom o texto de vocês. Sempre gostei de Dragon Ball, Cavaleiros do Zodiáco, Pokémon. Animes que já estavam presentes há mais de 20 anos atrás no Brasil.
    E isso me fez pensar no que vocês citaram sobre a representação positiva das meninas no mangá. Vocês saberiam me dar exemplos de mangás que tenham uma ótica mais feminista? Muito obrigada

    Paola Rezende Schettert

    ResponderExcluir
  4. Olá Paola. Ficamos felizes por ter gostado do nosso texto. Os animes são mesmo um gênero textual que permite bastante envolvimento com o leitor e talvez por isso atraem tantos adeptos. Respondendo a sua pergunta podemos citar alguns mangás que adotam uma ótica mais femenista e também o empoderamento das mulhures como por exemplo: Cardcaptor Sakura; Nana; Fruits Basket; Princess Jellyfish e Sailor Moon. Esses são apenas alguns mangás que trazem uma ótica mais feminista, mas existem muitos outros que exploram questões de gênero e apresentam personagens femininas fortes e empoderadoras.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Paola. Ficamos felizes por ter gostado do nosso texto. Os animes são mesmo um gênero textual que permite bastante envolvimento com o leitor e talvez por isso atraem tantos adeptos. Respondendo a sua pergunta podemos citar alguns mangás que adotam uma ótica mais femenista e também o empoderamento das mulhures como por exemplo: Cardcaptor Sakura; Nana; Fruits Basket; Princess Jellyfish e Sailor Moon. Esses são apenas alguns mangás que trazem uma ótica mais feminista, mas existem muitos outros que exploram questões de gênero e apresentam personagens femininas fortes e empoderadoras.
      Wagner Pereira de Souza x Rosete França Maciel.

      Excluir
  5. Ler esse texto foi uma experiência de relembrar meu passado e, a cada parágrafo, refletir sobre minha própria experiência.

    Devo admitir que meu hábito de leitura começou com a leitura de mangás. Não apenas isso, mas os mangás e animes também foram instrumentos muito importantes para o resgate de uma parte minha que havia sido prejudicada pela depressão.

    Em seguida, faço dois questionamentos:

    1 - Sinto que a leitura de mangás é, de certo modo, menosprezada ao ser comparada com a leitura de romances ou até mesmo HQs, no entanto, como comprovado pelo texto, esse é um pensamento injusto. Vocês teriam alguma recomendação de trabalho sobre a utilização dos mangás em atividades de mediação de leitura?

    2 - No cenário atual, conheço poucas obras tão vastas e diversas voltadas para o público Infantojuvenil quanto as obras do universo dos mangás e animes. Poderia ser essa escassez um dos motivos pelo qual esse grupo encontra uma identificação maior nesse tipo de obra? Nessas histórias que "saem do usual"?

    Desde já, agradeço

    Tayanna de Melo Barbosa

    ResponderExcluir

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.