O DECLÍNIO DO IMPÉRIO HAN (206 A.C – 220 D.C), por Gabriel Requia Gabbardo


Pretendo aqui discorrer brevemente sobre o declínio do Império Han (206 a.C – 220 d.C) sob uma perspectiva comparativa com a crise enfrentada pelo Império Romano desde o reinado de Marco Aurélio (161-180 d.C). Assumo, da leitora, algum conhecimento sobre a crise do século III em Roma: o tempo é breve, e a China urge. Assumo, ainda, que a leitora concordará que houve uma crise no século III em Roma: o que quer que se pense dos impérios romanos de Marco Aurélio de um lado e de Diocleciano, do outro, há de se convir que ocorreram importantes mutações nesse interregno. Assumirei, também, um completo desconhecimento da história do Império Han; peço da leitora que conheça um pouco desta história um mínimo de tolerância. Após considerações comparativas iniciais entre as crises que os impérios romano e Han sofreram no final do séc. II D.C, passarei a relatar as razões estruturais que percebi como decisivas para o colapso final do último em 220 d.C.

 

No período de 235 a 284, cerca de oitenta indivíduos pretenderam assumir o trono imperial de Roma: qualquer general mais ambicioso nas fronteiras do Império era um usurpador em potencial. A esta crise interna somaram-se diversas crises externas: um Império Persa Sassânida belicoso nas fronteiras mesopotâmicas, os godos nas margens do Reno e do Danúbio: o imperador Décio morreria lutando contra os godos no Danúbio em 251, e Valeriano seria capturado pelos sassânidas em 260, morrendo no cativeiro. Como se isso fosse pouco, a ordem do Principado, uma polida ficção de que o imperador era apenas o princeps do Senado, ruía a olhos vistos. Em dado momento, partes importantes do Império se tornaram independentes, se não de jure pelo menos de facto (o império Gálico de Póstumo, o império de Zenóbia).

 

Contudo, o Império Romano sobreviveu, e se adaptou, bastante bem face a estes desafios. Os soldados-imperadores do Danúbio, como Diocleciano e o próprio Constantino, restauraram a unidade do Império: mesmo a “evanescente” restauração do Império Romano do Ocidente durou mais ou menos 150 anos. O contraste com o seu império coevo, o Império Han na atual China, não pode ser mais marcante.

 

 Como fazer esse contraste? Uma pequena moda historiográfica vem aparecendo nos últimos anos, no qual esse texto faz parte: a de estudar, simultaneamente, a Antiguidade Clássica e algum império chinês coevo. Os resultados, contudo, de um empreendimento comparativo mal concebido por parte de estudiosos sem familiaridade alguma com uma das sociedades comparadas podem ser, simplesmente, ruins (um exemplo destas camas de Procusto é ENGELS, 2021). As sociedades clássicas e a chinesa antiga são demasiado diferentes para formular paralelismos; uma história comparativa entre o Império Romano e o Império Han deve destacar as diferenças para então realçar – e, idealmente, iluminar – as particularidades de cada sociedade.

           

Não tenho espaço, aqui, para fazer uma grande exposição cronológica da Dinastia Han (Como introdução ao período, ao primeiro volume da Cambridge History of China – TWITCHETT, D., e LOEWE, M., eds, 1986 – podem ser acrescidos a obra introdutória de Mark Edward Lewis  - LEWIS, 2010 – e, em francês, o volume de Bujard e Pirazzoli-T’serstevens – BUJARD e PIRAZZOLI-T’SERSTEVENS, 2017. CRESPIGNY, 2016, é uma obra tão erudita quanto, por vezes, irritantemente retrógrada em sua metodologia). Estabelecida em 206 a.C., é dividida em dois grandes períodos: a Han Ocidental (até 9 d.C) e a Han Oriental (de 25 até 220 d.C – o espaço é preenchido pela dinastia Xin, um período de profundo conflito civil que não nos interessa aqui). “Ocidental” e “Oriental” são denominações derivadas da localização relativa da capital das respectivas dinastias, Chang’an e Luoyang. Se, como se vê, o Império Han era mais antigo que o Império Romano em c. 160 d.C., enfrentaria, de maneira parecida, uma grande crise na segunda metade do séc. II; em marcante contraste com o Império Romano, não sobreviveria a essa grande crise. Por quê? Os fatores que pretendo apresentar aqui não são “as” respostas, mas acredito que sejam pontos importantes para essa divergência.

           

O primeiro: o papel social diverso do Exército nos dois impérios. Estes impérios foram constituídos por processos semelhantes de expansionismo belicista. Contudo, se durante a República Romana o exército se profissionalizou, se institucionalizou, a imensa máquina militar da Dinastia Qin e do início da Dinastia Han foi, em larga medida, dissolvida – exceto nas fronteiras setentrionais, onde um exército profissional chinês ainda existia, sendo direcionado contra os povos nômades dos atuais Xinjiang e Mongólia. O cuidado com a estabilidade interna, em Roma, era feito por tropas profissionais pagas; salvo em situações de extrema necessidade, sob os Han essa tarefa era destinada a recrutas (forçados ou não). À diminuição do recrutamento militar sob os Han seguiu-se um aumento do que historiadores ocidentais chamam de “corveia”, trabalho obrigatório em grandes obras públicas.

           

O segundo: o papel divergente que a figura do imperador tinha nos dois impérios. Em Roma, o imperador escondia seu verdadeiro poder; a ficção de que o imperator era tão somente o princeps disfarçava seu poder autocrática. O imperador Han tinha uma presença muito mais incisiva; era o Filho do Céu, o Augusto Tearca (huangdi), e ocupava uma posição semelhante à do Céu e da Terra no cosmos. Contudo, o acaso interviu sob os Han orientais. De 25 a 189 d.C., doze homens ocuparam o trono imperial chinês; por absoluto acaso do destino, apenas os dois primeiros chegaram aos 35 anos. Se o imperador romano era uma presença constante na vida aristocrática romana, como se vê em Tácito, as constantes disputas pela regência de imperadores infantes fizeram com que mesmo na capital imperial as famílias aristocráticas chinesas tivessem ampla liberdade de ação. Essa liberdade foi utilizada no arrendamento de suas propriedades para camponeses; se, em 200 a.C., apenas 5% do campesinato era arrendatário, em 180 d.C. essa percentagem estava entre 30 e 70%.

           

 O terceiro: a construção de um espaço de colonização ao sul do Rio Yangzi. Se, no séc. II a.C., o território ao redor da atual Nanquim era um espaço fronteiriço, comparativamente “subdesenvolvido”, no séc. II d.C. ele já era quase autônomo: uma tendência demográfica que percorreu todo o império Han foi a migração de habitantes das fronteiras setentrionais para as meridionais.

           

O quarto: o estabelecimento de uma ortodoxia imperial “confuciana”. Se a China antes do império Han se destacava por uma pluralidade de escolas filosóficas, o espaço concedido a outras maneiras de pensar se tornava cada vez mais circunscrito. Sima Qian (145-c. 90 a.C) ainda podia preferir o taoísmo ao confucionismo; justamente por essa preferência, se tornaria execrado já no séc. I a.C. Quem definia a ortodoxia era justamente o poder imperial; em marcado contraste tanto com o império romano pagão quanto com o cristão (uma vez que não havia um referencial paralelo ao imperial – no caso, o das Igrejas – que delimitava a ortodoxia). As elites foram as mais afetadas, inicialmente, por este desenvolvimento; contudo, as crenças populares de vastos setores camponeses se tornavam proscritas, ou pelo menos heterodoxas, com profundas consequências para a crise final da dinastia, da qual trataremos a seguir.

           

A crise final foi detonada durante a década de 180. De um auge cerca de 100 d.C., o Império Han vinha perdendo, lentamente, terreno nas suas fronteiras setentrionais; os filhos e netos do exército imperial daquela época tinham ou migrado para o sul, ou abandonado as fileiras para se juntar aos nômades da região, ou perdido lentamente sua lealdade para com o distante imperador Han.

           

A situação no campesinato também não era alvissareira. Fosse por causa da “corveia”, fosse por causa de sua dependência para com os grandes latifundiários, vastas populações rurais passaram a se interessar cada vez mais por sistemas de crença “heterodoxas”. Uma fagulha bastaria para causar crises nessa situação, e o Império Han se viu frente a frente com o incêndio da peste. A partir da década de 170, o Império foi atingido por sucessivas levas de doenças contagiosas; embora (por razões que não nos interessam aqui) a historiografia imperial chinesa pouco dava valor à descrição de doenças, a data torna quase que obrigatória a identificação dessa onda com a praga antonina (sobre esta, ver o fundamental estudo de HARPER, 2017).

           

Ideias religiosas novas, podemos até dizer esquisitas, permeavam os dois impérios durante o século II. A estranha seita judaica que se espalhava pelo Mediterrâneo podia horrorizar grande parte da elite romana; mas os cristãos não apresentavam um desafio político direto à ordem estabelecida. Muito diferente era o que chamo, com muitas e justificadas aspas, de “taoísmo popular” de movimentos como os Bandanas Amarelas e do Caminho dos Mestres Celestiais.

           

Um movimento milenarista, o dos Bandanas Amarelas, sob a liderança carismática de um certo Zhang Jiao, proclamava que o fim do mundo atual se aproximava, e que a um céu azul (do imperador Han) se seguiria um céu amarelo (de Zhang Jiao). A rebelião foi detonada em 184 d.C.; chegou a tomar capitais provinciais importantes, como Wan, na província de Nanyang. Esse movimento de massas rurais foi esmagado pelas tropas “imperiais”: um dos generais Han, Huangfu Song, chegou a erguer um monte com os cadáveres de suas vítimas – mas cenas de repressão semelhantes só surgiram após os senhores de terra mobilizarem seus arrendatários como soldados. Em marcante contraste com os milenaristas seguidores de Zhang Jiao, reprimidos com fúria genocida, os Mestres Celestiais, talvez mais sóbrios e pragmáticos, conseguiram se apoderar da província de Hanzhong.

           

Todo o sistema fronteiriço setentrional Han colapsou com essa rebelião. Partes importantes do império foram perdidas imediatamente, como a província de Liang; os generais que comandavam a fronteira se ressentiam, algo justificadamente, do abandono que sofriam por parte do governo central.

           

O golpe de morte foi dado quando o imperador Ling faleceu, em 189 d.C. O genro do falecido imperador teve a ideia de chamar um desses generais fronteiriços, Dong Zhuo, para a capital, de maneira a reforçar a sua posição. Esse genro foi morto por seus rivais, mas mesmo assim Dong Zhuo veio. Seguiu-se mais um massacre palaciano, com um imperador mirim agindo sob as ordens de Dong. Revoltados com a situação, diversos governantes de província, grandes donos de terra e membros da burocracia imperial denunciaram Dong Zhuo como traidor, e passaram a organizar um exército próprio de maneira a tomar a capital Luoyang. Temendo por sua situação, e carente de recursos, Dong Zhuo queimou a capital, deportou a população para a antiga capital Han, Chang’an, e saqueou as tumbas imperiais em busca de ouro e bronze. A coalizão montada contra ele logo se dissolveu em rivalidades fratricidas, e o próprio Dong Zhuo seria morto por soldados amotinados dois anos depois. A autoridade do imperador era inexistente. Cada grande oligarca estava jogado à própria sorte, com seu exército de arrendatários à disposição. Ainda havia um imperador Han, mas o seu Império havia morrido, brutal e incontestavelmente assassinado.

           

Alguns pontos comparativos saltam aos meus olhos, como historiador do Império romano, ao me deparar com essa queda. O primeiro de todos, e o que mais quero destacar aqui, é o fator de estabilidade que era o Exército romano. Fosse quem fosse o herdeiro de Augusto, ele era umbilicalmente ligado às suas tropas – e vice-versa. Essa ligação, em momentos de turbulência, era frequentemente fatal para o imperador romano; um imperador que tratasse mal o seu Exército seria inevitavelmente morto por ele. Mas mesmo aí havia um fator de estabilidade; o líder do motim se tornava, normalmente, o novo imperador. A estrada para o poder, após a rude tarefa de esmagar o imperador anterior, era relativamente simples. Aqui, que o imperador romano fosse um esquisito retalho constitucional de um mambembe regime republicano era perigoso para a vida dos indivíduos imperadores, mas servia como outro fator de estabilidade. Vespasiano ou Sétimo Severo poderiam muito bem (como, de fato, conseguiram) se tornar imperator, mas a tomada de poder manu militari por Dong Zhuo não o possibilitava a se tornar o huangdi Han, um indivíduo que se equiparava ao Céu e à Terra. Ao fazer o que Vespasiano fez, Dong Zhuo se transformou em um monstro quase proverbial na cultura chinesa – e o senhor da guerra mais bem-sucedido no período que se seguiu à morte de Dong Zhuo, Cao Cao, literalmente virou um provérbio, fazendo as vezes do Demônio no equivalente chinês do nosso ditado “falando no diabo”: 说曹操,曹操到, shuō Cáo Cāo, Cáo Cāo dào.

           

Outro ponto de destaque: o amplo leque de ação dado aos grandes senhores rurais chineses. É difícil imaginar que os mais ricos proprietários de terra Han pudessem alcançar a imensa riqueza da oligarquia senatorial romana. No entanto, o fato do exército “interior” Han ser basicamente uma milícia amadora possibilitava a esses senhores de terra montar a sua própria milícia amadora, composta por vastas multidões de arrendatários (e, eventual e catastroficamente, profissionalizá-la). À uma rica família senatorial romana, muito era possível, inclusive se desfazer de todas as suas possessões e doá-las para a Igreja, como fez Melânia, a Jovem; mas nem mesmo a riqueza de Melânia financiaria uma tomada violenta do poder. Em situações de vácuo de poder, em Roma, as guerras civis eram disputadas pelos grandes líderes do Exército; após a queima de Luoyang, o império Han foi dividido em cerca de 30 unidades territoriais, lideradas por todo tipo de oligarca.

           

Por fim, cabe destacar a imensidão da rebelião dos Bandanas Amarelas. A profundidade da revolução religiosa cristã, e a sua permanência, não deve obscurecer o que foi essa rebelião. Estamos de frente com a maior revolta religiosa da Antiguidade, um dos maiores exemplos de milenarismo político em toda a história, e com uma revolta camponesa que abalou os alicerces de um Império.

 

A partir de 189, então, o Império Han se encontrou em um período de profunda guerra civil por praticamente trinta anos. Sabemos bastante sobre estes trinta anos, até demais: para além das fontes históricas propriamente ditas, uma das grandes obras literárias da China, o Romance dos Três Reinos, de Luo Guozhang (escrita, ou coletada, no início do século quinze), se passa a partir desse período. O efeito, talvez deletério, para o estudo da história do período é que os Reis Artures da China (personagens como Cao Cao, Liu Bei, Zhuge Liang ou Sima Yi) possuem RG e endereço certo, o fim do século II e o início do séc. III.

A pulverização do Império se torna bastante visível ao olhar um mapa, representando grosso modo a situação em 195 d.C.:

 

Destaco três pontos interessantes aqui: primeiramente, o território de Zhang Lu, o regime “teocrático” taoísta dos Mestres Celestiais. Em segundo lugar, que os vários “Liu” que governavam territórios eram reputadamente membros da burocracia imperial, que face ao caos de 189 se tornaram funcionalmente independentes.

Terceiro, que mesmo este território pulverizado já havia passado por uma certa racionalização, e nenhuma racionalização foi maior do que a ocorrida no território de Cao Cao. Cao Cao é um personagem fascinante, mesmo se nos limitarmos às fontes históricas: maior senhor da guerra do período, ele só não é o maior poeta dele porque foi superado por seu filho Cao Zhi (Sobre Cao Cao, ver a brilhante biografia escrita por De Crespigny: DE CRESPIGNY, 2010). As planícies centrais da China eram o território mais pulverizado de todos em 189: o indivíduo que conseguisse massacrar o considerável número de oponentes existentes nesse território e unificá-lo se tornaria, por dura experiência, um gênio militar. Cao Cao conseguiu, em um lance ousado, capturar o antigo imperador títere e usá-lo para seus próprios fins; após uma série de batalhas ainda mais ousadas, chegaria a dominar todo o norte da China a partir de 208 (chegou, inclusive, a anexar o território de Zhang Lu em 215, após uma solução negociada).

 

No entanto, fracassou em seu intento de unificar o território Han. Para além de vicissitudes de batalhas individuais, três pontos estruturais me parecem importantes aqui: nos quatrocentos anos do império Han, a antiga ecumêne Zhou se expandiu, decisivamente, para o Sul. Aos fundadores dos Impérios Qin e Han bastou conquistar a atual cidade de Changsha: os rivais de Cao Cao no Sul tinham recursos muito mais significativos.

 

O outro: Cao Cao, como todo e qualquer senhor da guerra no período, possuía uma inerente falta de autoridade. Como já colocado acima, a possibilidade de uma tomada de poder manu militari localizada era muito mais aberta do que no Império Romano, mas a esses senhores da guerra Han era muito mais complicado se tornar imperador. Um imperador romano, e mesmo um usurpador com alguns recursos, podia se dirigir ao campo de batalha com uma segurança contra o dissenso interno com a qual Cao Cao jamais dispôs.

 

O terceiro ponto é que a guerra civil Han se tornou uma guerra entre Estados. Em 215, a divisão tripartite do antigo Império Han já estava, em essência, completada: foi o período dos Três Reinos.

 

 

A Cao Cao (Wei), Liu Bei (Shu) ou Sun Quan (Wu) não restava mais a oportunidade de vencer uma batalha e ganhar a guerra: uma vitória total era necessária. Na década de 220 (o filho de Cao Cao, Cao Pi, depôs finalmente o último imperador Han no início da década), os três Estados teriam, cada um, seu próprio imperador: no maior esforço de guerra antes de 260, o general de Shu Zhuge Liang lançaria cinco campanhas contra os descendentes de Cao Cao durante o final da década de 220. Obteve inúmeras vitórias conjunturais, que estruturalmente de nada lhe valeram. A derrota mais impactante de Cao Cao (apesar da mitologia em volta de outra, ocorrida em 208)  ocorreu em 219, quando o território de Hanzhong foi conquistado por Liu Bei: a derrota de Cao Cao foi tão grande quanto a de qualquer um de seus antigos rivais na planície central chinesa quase trinta anos antes, mas Cao Cao já era bem mais que um senhor da guerra.

 

Se Cao Cao obteve grande sucesso contra inimigos externos, seus sucessores sucumbiriam a inimigos internos: um golpe palaciano, liderado por Sima Yi (o general que se opôs a Zhuge Liang), levaria com que os Caos se tornassem títeres dos Sima em 249. Seriam os Simas que reunificariam o território Han entre 263 e 280; contudo, a unificação aqui (em marcante contraste com o Império Romano) seria bastante efêmera. Povos nômades setentrionais acabariam por romper com essa unidade em 311; a reunificação duradoura do império Han só se daria quatrocentos anos depois da tomada de poder por Dong Zhuo, em 589. Mas este é tema para outro artigo.

 

Referências

Gabriel Requia Gabbardo é Doutor em Classics pela University of St Andrews.

 

BUJARD, M., e PIRAZZOLI-T’SERSTEVENS, M. 2017. Les Dynasties Qin et Han. Histoire générale de la Chine (221 av. J.-C.-200 apr. J.-C.). Paris, Les Belles Lettres, 2017

 

CRESPIGNY, R. Imperial Warlord: A Biography of Cao Cao. Leiden: Brill, 2010.

 

CRESPIGNY, R. Fire Over Luoyang: A History of the Latter Han Dynasty, 23-220 AD. Leiden: Brill, 2016.

 

ENGELS, D. “Historical Necessity or Biographical Singularity? Some Aspects in the Biographies of C. Iulius Caesar and Qin Shi Huangdi”, in BECK, D. and VANKEERBERGHEN, G, (eds), 2021, “Rulers and Ruled in Ancient Greece, Rome, and China”. Cambridge: Cambridge University Press, pp. 328-368.

 

LEWIS, M. The Early Chinese Empires. Harvard: Harvard University Press, 2017.

 

HARPER, K. The Fate of Rome: Climate, Disease, and the End of an Empire. Princeton: Princeton University Press, 2017.

 

TWITCHETT, D., e LOEWE, M (eds). The Ch’in and Han Empires (Cambridge History of China, vol. 1). Cambridge: Cambridge University Press, 1986. 

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