O CENTENÁRIO DE PUBLICAÇÃO D’O GRITO” (1923), DE LU XUN: MARCO HISTÓRICO NA TRADIÇÃO LITERÁRIA CHINESA MODERNA, por Luiz Gabriel Ribeiro Locks


O presente ensaio tem como objetivo refletir acerca do centésimo aniversário que envolve a compilação e publicação da obra nà hǎn 呐喊 de Lu Xun 鲁迅, ou, “O Grito”, em tradução livre. A obra, compilada em dezembro de 1922 e publicada em 1923, é marcada por um avanço nas técnicas de narração, lançada sua inspiração em novelas e romances estrangeiros, enquanto readapta elementos da tradição de romances chineses; bem como, a obra exibe diferentes métodos criativos e meios de expressão, refletindo o processo transcorrente no ambiente social e nas tendências socioliterárias da época, durante o conturbado período inicial da República da China.

 

Introdução

O ano de 2023 marca uma ocasião momentânea – o centésimo aniversário da publicação de um influente livro, “O Grito”. Autoria de Lu Xun, 鲁迅 com nome de Zhou Shuren. Ele foi um proeminente escritor chinês e intelectual que teve um papel fundamental no desenvolvimento da literatura chinesa moderna e do pensamento sociopolítico contemporâneo. O livro, “O Grito”, escrito entre o fim da segunda década e início da terceira do século XX é uma coleção de contos, no estilo de prosa, que contam a dura realidade da sociedade chinesa no período inicial do século XX e tornou-se um catalisador para mudanças culturais e políticas no país. Esse trabalho tem como seu objetivo explorar a significância literária, por mais, histórico-cultural e política deste trabalho do autor Lu Xun, encarando seu legado de forte impacto para o quadro da situação político-social chinesa no período; e mais, na passagem do centenário de sua publicação.

 

“O poeta civil de hoje continua sendo o poeta do mais antigo sacerdócio. Antes, compactuou com as trevas e agora deve interpretar a luz.” (Neruda, 2016, p. 309) Talvez resida na citação superior o que, quilômetros de distância que separam a porção Sudamericana do mundo, com a mais longeva reinante ordem dinástica celestial e civilização do mundo; Chile e China, haja outras máximas dificuldades em encontrar nestes demais pontos em comum entre os dois países, ou mesmo, que na anterior obra do poeta-cônsul chileno encontremos outras similitudes com as vidas e produções que encaramos. Além, de compartilharem simultaneamente um similar tempo histórico global. Onde reside o objetivo empreendido nessa tarefa que tem o presente trabalho é tratar e dissertar a respeito de uma corrente político-literária, e mais, linguística-social que também envolveu uma e demais correntes de um movimento modernizador muito mais amplo, Movimento da Nova Cultura e o Incidente do 4 de Maio (Chow, 1960), especialmente no Império do Meio - a China.

 

Ainda que Neruda, posteriormente, tenha conhecido algumas das figuras que, décadas atrás, empreenderam tais ferramentas político-literárias no seu país - digo, principalmente a escritora de nome Ding Ling, ou, em pseudônimo Jiang Binzhi, a qual Neruda confessou grande admiração e amizade enquanto fazia parte do corpo editorial literário do prêmio Lenin (antigo prêmio Stalin) presente nas passagens de sua respectiva obra de memórias aqui citada. (2016)

Além do mais, esse trabalho comprime um esforço que vem a colaborar com recentes publicações literárias que se iniciaram no Brasil acerca da figura que trataremos.

 

Lu Xun, ou de nascimento, Zhou Shuren. Assumi oficialmente o nome Lu Xun com esta obra que trabalhamos, mas que veio primeiramente ao mundo pelas páginas impressas da revista xin qingnian, a Nova Juventude - ainda em 1918, com os recortes dos capítulos de Diário de um homem louco. Em francês, La Jeunesse, como constava na capa da revista até o fim do sexto volume da revista, em dezembro de 1919. A revista que tinha cunho político-educacional, que entre seus autores, tradutores e articuladores, como o próprio irmão de Lu Xun o foi, Zhou Zuoren, alcançaram a marca de algo em torno mensalmente como 50mil leitores – dado que ao período considerado é bastante alto, dentro dos limites de baixíssima alfabetização das massas chinesas -, num mundo que uma única cópia (meio quantificável que pode ser estudado enquanto fonte direta) podia circular entre dezenas de leitores.

 

Historicidade da produção e circulação

Não só venha a calhar as duas obras que valem referência breve são, “Ervas daninha” (2022), compilado de escritos dos anos de 1923-4 e traduzido por Calebe Guerra, publicado pela edição independente da Aboio Editorial. Bem como, o trabalho da linha da Editora da Unicamp, que lançou em julho de 2021 a obra “Flores matinais colhidas ao entardecer” (2021), cujo reúne 10 escritos em prosa e compilados feitos pelo autor no ano de 1926.

 

Enquanto isso, a obra que ocuparemos é “O grito”, em tradução livre feita por Pontes Motta (2017), ou, a obra de língua inglesa (Lu Xun; Li, 2009) que consultamos, demonstrando demais colaboração em estudos e obras que passaram a tratar dessa figura que, também, despendemos aqui, uma atribuição criticamente de breves reflexões sobre a obra e a figura do escritor situada em um momento histórico determinado.

 

E ainda mais recentemente, a primeira publicação que reúne o gênero narrativo que englobou, dizemos assim, as maiores peças literárias e das quais Lu Xun é lembrado até os dias atuais - o dos contos. Não só, nessa versão de língua portuguesa da Editora Carambaia (2022a), a obra “O diário de um homem louco: contos completos de Lu Xun”, é mais um desses esforços que traduzem, logo tornam possível, a aproximação do público brasileiro como a própria língua portuguesa, contando-a com mais um repertório literário, agora, acessível. Pois fim, ressalta a importância de o mercado brasileiro receber esse tipo de obra; demonstra a importância que os escritos do autor têm - a luz dos acontecimentos que seu país passava nos idos do início do século XX.

Escreveu, contou, deixou registrado, inscreveu para a história onde os seus textos que reverberam tanto o tempo em que foi gestado quanto em seu lançamento há um século, ou no presente, possibilita a história de acessá-lo criticamente com os olhos do presente assistindo o passado que não passa, virando a quadra centenária.

 

A obra, O Grito, em chinês 呐喊 nà hǎn, contava primeiramente com 15 contos, entre esses (em tradução, 2022ª):  O diário de um louco; Kong Yiji; O remédio; Amanhã; Um pequeno incidente; Sobre o cabelo; Uma tempestade passageira; Terra natal; A verdadeira história de Ah Q; Festival do barco do dragão; Luz branca; Coelhos e gatos; Comédia dos patos; Óperas de uma cidadezinha do interior.

 

O décimo quinto conto foi pessoalmente retirado pelo autor, após as primeiras tiragens ainda em 1923, enquadrando a obra dentre 14 capítulos, enlatando-a em padrões de forma e extensão que casasse com demais obras ocidentais. (Wang, 2012)

 

Em breves palavras, a coleção a obra conta inclusa de distintas histórias, como em Sobre o cabelo retratando os efeitos persistentes do pensamento feudal na China. Tempestade passageira destaca a apatia da população rural em relação às questões sociais, e Terra Natal retrata os danos que a sociedade feudal infligiu à classe trabalhadora. A verdadeira história de Ah Q investiga as mentes psicologicamente deformadas de pessoas sob influência feudal, Luz branca reflete as lutas de intelectuais dentro do sistema de exame imperial.

A escrita de Lu Xun também se aproxima e contornada pelos fracos e desafortunados e com desdém aos fortes, como visto em Coelhos e gatos. Em Comédia dos patos, ele revela a dura realidade da lei da selva na sociedade. Na Ópera relembra a infância e mostra as características da sociedade e do ser humano da época.

 

Enquanto as três primeiras histórias do livro; Diário de um louco, Kong Yiji, e Remédio destacam-se até hoje dentro da produção do autor. Usuários e canais de televisão na China já se preparam para a virada centenária da obra. Posts em rede sociais antecipam essa ocasião e tratam da sua importância.

 

O autor frente ao país: China

Lu Xun, uma das mais proeminentes figuras da literatura moderna chinesa, chamado como “pai da literatura moderna”, publicou esta obra seminal um século atrás. Essa coleção de escritos revolucionários desafiou as normas tradicionais da sociedade chinesa e participou como personagem destacado nesse processo que ficou conhecido como o “despertar nacional”. Assim como nós hoje, acadêmicos, literatos e/ou leitores de suas obras aqui no ocidente, conseguimos apontar a sua relevância histórico-literária para o determinado contexto chines, porém sua importância sobressalta-se além desse expectado. O pano de fundo dessa publicação é essencial para entender tanto o sentidos da obras tanto como suas implicações no contexto histórico, bem como, para examinar o impacto da obra de Lu Xun na apropriação do ser moderno chines, seja no campo literário, mas também no campo sociopolítico.

 

O contexto histórico da obra, para ser percebido no quadro geral do início do século XX na China, primeiramente, devemos compreender o ambiente sociopolítico daquele tempo. A melhor compreensão que é possível se dar é, de que a obra cobre-se em suas entrelinhas de uma inteligibilidade acerca do pessimismo em relação com o próprio país. Ilustrado no prefácio feito pelo autor em dezembro de 1922, que o sagrou no ocidente com essa citação usada ao léu: [citação caixa de ferro aqui

 

O país vivia uma crescente ingerência por parte das potencias estrangeiras, onde, ao cabo dessa despactuação social houve também a queda da Dinastia Qing pela Revolução Xinhai, iniciada com a Revolta de Wuchang, em Wuhan (2022a, p. 62) que levou ao fim da China propriamente unificada e propriamente dinástica, ao cabo levando-nos a República da China. Além disso, as beligerâncias internas foram percebidas de forma perspicaz por Lu Xun e seu afiado poder de observação e ríspido poder crítico-intelectual, reconhecendo a urgência de uma mudança social daquele paradigma e de um rejuvenescimento cultural, como ferramenta que paramentasse essa mudança possível.

 

O impacto da obra “O Grito” dentro desse bojo de despertar da consciência nacional – tema muito recorrente no período da Nova Cultura (ibid) -, tem nos contos e escritos de Lu Xun uma capacidade de avivar a sociedade chinesa de sua inércia, e ressoar profundamente em seus leitores compelindo-os a confrontar os seus desafios presentes da árdua realidade sociopolítica que viva a China contemporaneamente a obra. Assim como o jovem Gao Yihan alertou a tal inércia nas páginas da xin qingnian, em fevereiro de 1916:

 

The deepest evil.  That is inertia. Inertness is the public poison of the people of our country. That is, the public enemy of our people. Our surrender to this enemy is far and wide. Nothing else is the poison of inertness. For thousands of years, this public enemy cannot be overcome. Now my age will be wiped out. Don't be afraid. (Gao, 1916)

 

Os próprios escritos de Lu Xun fornecem valiosos dados sobre o contexto histórico destacado. Em particular suas tidas como obra autobiográficas, como "Diário de um louco" que é narrada a partir da primeira pessoa e faz com que se lançam luzes sobre o ambiente sociopolítico opressivo e o impacto das influências ocidentais na sociedade chinesa da época. Seus temas e o estilo literário empregados na obra "O Grito" incorpora vários temas centrais que se repetem ao longo da obra de Lu Xun. As histórias exploram o lado obscuro da sociedade, dando voz sobre a pobreza, a corrupção e os efeitos desumanizadores da tradição milenar chinesa.

 

O estilo de escrita de Lu Xun, caracterizado por descrições vívidas, imagens pungentes e sátiras mórbidas da realidade, cativou os leitores e deixou uma marca indelével na literatura chinesa moderna e contemporânea. Postulante a servir como marco inaugural também de um novo período para produção de wénxué 文学, ou, literatura em chinês, tradição milenar presente no país nas distintas formas de prosa, tratados políticos, compilações, traduções e relatos de emissários estrangeiros por milênios.

 

Trabalhos acadêmicos sobre o estilo de escrita e da exploração temática que Lu Xun faz em suas obras fornecem referências de valiosas explicações, como na obra " Narrative Modes in Lu Xun’s Short Stories " de Tan Junqiang (2016) e "Lu Xun and His Legacy" de Leo Ou-fan Lee (1985) mergulham nos aspectos estilísticos e especificações temáticas que circundam as obras de Lu Xun. Como também, pesquisadores analisam o impacto da obra na sociedade chinesa a época, como "Lu Xun: A Revolution in Writing" (2013) de Gloria Davies nos oferece uma abordagem da capacidade transformativa que seus escritos detinham.

 

Como dito na introdução, o reconhecimento que não só essa obra tem mesmo no ocidente, hoje, se destaca chegando em língua portuguesa portanto salienta que seja um destaque global que a literatura de Lu Xun pode conquistar. Esse significado que o “O Grito” trouxe foi além das fronteiras chinesas, como dito, alçando além de figura de extrema relevância nacional, pondo-o no hall de grandes escritores internacionais – pois certamente, Lu Xun rompeu – escrevendo - todas as barreiras em quaisquer parâmetros. Servindo-o assim de uma ponte para o intercambio de culturas num plano de uma sociedade global mais harmoniosa e multipolar. Trabalhos como "Lu Xun's Revolution: Writing in a Time of Violence" de Gloria Davies (ibid) e de Kowallis (2006), destacam o reconhecimento global e os impactos internacionais da sua obra.

 

Encaminhamentos finais

Ainda sobre essa relevância duradoura de Lu Xun nos reflexos da sociedade contemporânea, pois, os temas tratados na obra “O Grito” continuam relevantes e atuais. A crítica penetrante do poder das estruturas, da injustiça social, e a luta pela individualidade numa sociedade massificada. Onde, de forma populacional densa desde tempos pregressos e massificada pela harmonia celeste, a herança da dita tradição chinesa seja o alvo de todos os canhões apontados por Lu Xun. Por isso, seus trabalhos continuam ressonantes no público contemporâneo e através da sua crítica altiva e narrativa a altura tão poderosa, esta obra seminal nos lembra do poder duradouro da literatura em afeiçoar o mundo ao redor de nós.

 

O próprio nome “O Grito” é simbólico, representando o chamado de Lu Xun para inspirar jovens progressistas durante o Movimento Quatro de Maio. A coleção mantém as características de um escritor quebrando o silêncio da época para se expressar e, não só, coroando uma geração de jovens intelectuais com uma obra escrita aos soslaio dos eventos que ocorriam na vida político-social do país. Como também, cristaliza esse movimento com uma obra-prima literária a brindar tais esforços juvenis.

 

Essa sua inspiração para as gerações futuras já estava contida nos escritos, pois o espírito crítico e inflexivelmente reflexivo de Lu Xun serviu e serve para as gerações futuras. À medida que tanto o mundo globalizado – globalização, do ponto de vista de História Global, encarado por Sachsenmaier (2012) - enfrenta novos desafios, seus trabalhos nos lembram da importância do espírito crítico, da empatia e do cometimento pela luta do progresso social. Portanto, o centenário da obra é uma ocasião que nos convida a celebração, mas antes de tudo, a refletir acerca das obras-primas literárias que Lu Xun produziu, em especial, esta que tanto se relaciona com seu espaço-tempo vivido. Um marco, definitivamente, dentro da literatura contemporânea da China e sagra o movimento sociopolítico literário a qual fazia parte.

 

Referências

Luiz Gabriel Ribeiro Locks. Lic. em História pela Universidade do Estado de Santa Catarina e realiza estudos a nível de mestrado na Universidade Federal do Paraná dentro das áreas de: história moderna e contemporânea da China, acerca de movimentos modernizantes chineses e a fundação e desenvolvimento inicial do Partido Comunista Chinês, utilizando-se da metodologia de investigação sobre impressos no século XX. Membro do Grupo de Estudos sobre China do Grupo de Pesquisa em Ásia, América Latina e Caribe (ASIALAC), do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (IREL-UnB). Bolsista do Fumdes-SED-SC. e-mail: lgabriellocks@gmail.com. https://lattes.cnpq.br/7596722949537188

 

Links para web

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Bibliografia

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NERUDA, Pablo. Confesso que vivi: memórias. Rio de Janeiro: Bertrand, 2016.

 

SACHSENMAIER, Dominic. Global perspectives on global history: Theories and approaches in a connected world. Cambridge: Cambridge University Press, 2012. 

 

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Obras

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LU, Xun; LI, Yiyun (Trad.). The Real Story of Ah-Q and other tales of China: The complete fiction of Lu Xun: Penguin UK, 2009.

 

LU, Xun; YU, Pin Fang (Trad.). Flores matinais colhidas ao entardecer. Campinas: Editora da Unicamp, 2021. 

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